quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Mito e Cinema Depois Daquele Encontro - e nunca mais fui o mesmo

Quem conhece, sabe que os cursos da Ana são experiências únicas, especiais, inspiradoras e imperdíveis.

Curso com Ana Figueiredo

Mito e Cinema Depois Daquele Encontro - e nunca mais fui o mesmo

de 16 de outubro a 12 de dezembro de 2010 - sábados das 10 às 13h30
no Espaço Unibanco de Cinema - Anexo da Rua Augusta, 1470 - SP

O mundo será sempre muito maior que nossa vã imaginação. Não há a possibilidade de cinema sem a qualidade do maravilhamento!
Walter Salles Jr.


Este é um curso de Mito:

Os mitos me falam como reagir diante de certas crises de decepção e fracasso, diante do sucesso e do maravilhamento. Os mitos dizem onde estou.
Joseph Campbell.

Este é um curso de Mito e Cinema:

O conflito é interior, da ordem do indizível; alguém sai de um ponto, atravessa uma geografia, encontra algo ou alguém que vai transformar o personagem - e o personagem da largada não é mais o mesmo depois da jornada.
Walter Salles Jr.

A jornada - sempre uma partida, um preenchimento, um retorno - e a história da transformação da consciência.
Joseph Campbell

Serão exibidos ou comentados trechos de filmes cujas imagens e narrativas e pequenos detalhes evoquem nosso tema central:

Mostrar fragmentos do todo; priorizar o detalhe, o sutil, a diferença. Assistindo ao todo se vê o fio da história, mas perde-se o detalhe.
Walter Salles Jr.

Este é um curso de Mito e Cinema e o tema do Encontro - e depois, nunca mais se é o mesmo:

Se tivesse morrido antes de te conhecer, morreria muito mais velho do que serei quando chegar minha hora.

Quando já não se espera nada, encontrei o que faltava para passar a ter tudo.
José Saramago

Como ser capaz de lidar e conter cada encontro?

Quando se sonha com um prazer extraordinário e a vida proporciona a oportunidade de poder encontrá-lo, deve-se estar disponível e também preparado para pagar um preço extraordinário a fim de obtê-lo e torná-lo real.
Pedro Almodóvar

Mito e Cinema Depois Daquele Encontro faz uma homenagem ao cineasta Walter Salles Jr. Seus filmes estarão presentes em cada etapa deste curso, agora em sua nona edição no Espaço Unibanco de Cinema.

TEMAS E FILMES

16 de outubro

E nunca mais fui o mesmo depois daquele filme:
O Amante, La Nave Va , Cinema Paradiso, War and Dance

23 de outubro

Morada da Infância:

Ladrões de Bicicleta, A Testemunha, Central do Brasil, Stella, Preciosa

30 de outubro, 5 de novembro

Quebrando as regras do jogo: Um tanto de ousadia e rebeldia:

Vidas Amargas, Ensina-me a Viver, Abril Despedaçado, Vicky Cristina Barcelona, Lóki, Festa de Família

20 de novembro, 27 de novembro

Ser capaz de conter cada encontro:

Encontros e Desencontros, As Pontes de Madison, O Filho da Noiva, De Olhos Bem Fechados, Ervas Daninhas, A Partida, Beleza Americana, Midnight Cowboy

4 de dezembro

O encontro se dá nas brechas e frestas:

Último Tango em Paris, O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, Emma Bliss, London River

11 e 12 e dezembro

Cartas, Acordos e Abraços:

Mary e Max, História Real, Volver, Abraços Partidos, Paris Texas, José e Pilar


Carga horária: 36 horas

Informações e Inscrições: 11 3266.5115 / cursos@espacounibancosp.com.br

domingo, 19 de setembro de 2010

VMB 2010

Eu tenho outras coisas para escrever, mas são tão mais sérias que resolvi deixar para a semana que vem.

Algumas leituras me inspiraram a escrever sobre relações de comunicação e internet. A palestra da Maria Rita Kehl me inspirou a escrever sobre mãe e crianças, enfim, temas mais densos, intensos.

Mas, essa semana aconteceu o VMB 2010 e fiquei pensando por que as pessoas se chocam todo ano com o resultado?

Há 2 anos os prêmios foram todos para o NX Zero, no ano passado para o Fresno e esse ano para o Restart, a coisa mais normal do mundo.

Mas, quem reclama?

Comecei a observar os comentários no twitter, facebook, conversas de amigos dos amigos, e tava lá formado o grupo dos inconformados, inclusive parte da platéia que vaiou.

Aí é que está, quando eu era adolescente eu era 'Lado B'. Não gostava das mesmas coisas, das mesmas músicas, era o momento cultural em que os adolescentes buscavam alternativa na música, moda, cinema, para se diferenciar da massa.

Isso se tornou minha imagem no mundo, parte da minha personalidade, segui meus estudos e minha profissão buscando essa diferenciação e consegui.

Mas, a massa continua daquele mesmo jeito, Lado A, com aquilo que é repetitivo, massante, feio, desagradável e simplório.

Fico sempre pensando se hoje ainda temos Lado B entre os adolescentes ou se essa característica pertence aos jovens nascidos nos anos 70 e 80, que ouviram discos de vinil, objeto que oferece esse significante Lado A ou Lado B como significado de um qualificativo, e que hoje ainda imaginam que, como adultos formadores de opinião, podem alterar alguma coisa culturalmente.

É justamente essas pessoas Lado B que se indignaram. Elas viram no nascimento da MTV uma porta de acesso a uma cultura mais alternativa, isso foi uma realidade por 5 anos, talvez um pouco mais, mas a engrenagem da massificação toma tudo que é alternativo, incorpora, reorganiza e devolve para o mundo como o padrão e aqueles saudosos e nostálgicos de sua juventude ficam a "ver navios" (nossa, expressão interessante essa, vou pesquisar e falo na semana que vem).

É isso, ganhou Restart, ano que vem ganha outro na mesma linha, que ainda não sabemos quem é, pois vai aparecer provavelmente no ano que vem mesmo.

O melhor de tudo isso é que, algumas pessoas Lado B na sua juventude estão produzindo cultura e entretenimento no Brasil e garantem que, mesmo que os nomes alternativos não ganhem prêmios, que esses nomes circulem na mídia, que estejam indicados, que façam parte dessa engrenagem sócio-cultural de incluídos e excluídos, lado a e lado b, porque o alternativo é parte do padrão.

sábado, 4 de setembro de 2010

Uma Esperança

Clarice Lispector
Uma esperança


Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica, que tantas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto.
Houve um grito abafado de um de meus filhos:

- Uma esperança! e na parede, bem em cima de sua cadeira! Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso. Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não poderia ser.
- Ela quase não tem corpo, queixei-me.
- Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa
para nós, descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças.
Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por entre os
quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros,

três vezes teve que retroceder caminho. Custava a aprender.
- Ela é burrinha, comentou o menino.
- Sei disso, respondi um pouco trágica.
- Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como ela hesita.
- Sei, é assim mesmo.
- Parece que esperança não tem olhos, mamãe, é guiada pelas antenas.
- Sei, continuei mais infeliz ainda.
Ali ficamos, não sei quanto tempo olhando. Vigiando-a como se vigiava
na Grécia ou em Roma o começo de fogo do lar para que não se apagasse.
- Ela se esqueceu de que pode voar, mamãe, e pensa que só pode andar
devagar assim.
Andava mesmo devagar - estaria por acaso ferida? Ah não, senão de um
modo ou de outro escorreria sangue, tem sido sempre assim comigo.

Foi então que farejando o mundo que é comível, saiu de trás de um quadro uma aranha. Não uma aranha, mas me parecia "a" aranha. Andando pela sua teia invisível, parecia transladar-se maciamente no ar. Ela queria a esperança. Mas nós também queríamos e, oh! Deus, queríamos menos que comê-la. Meu filho foi buscar a vassoura. Eu disse fracamente, confusa, sem saber se chegara infelizmente a hora certa de perder a esperança:
- É que não se mata aranha, me disseram que traz sorte...
- Mas ela vai esmigalhar a esperança! respondeu o menino com
ferocidade.

- Preciso falar com a empregada para limpar atrás dos quadros - falei sentindo a frase deslocada e ouvindo o certo cansaço que havia na minha voz. Depois devaneei um pouco de como eu seria sucinta e misteriosa com a empregada: eu lhe diria apenas: você faz o favor de facilitar o caminho da esperança.

O menino, morta a aranha, fez um trocadilho, com o inseto e a nossa esperança. Meu outro filho, que estava vendo televisão, ouviu e riu de prazer. Não havia dúvida: a esperança pousara em casa, alma e corpo.

Mas como é bonito o inseto: mais pousa que vive, é um esqueletinho verde, e tem uma forma tão delicada que isso explica por que eu, que gosto de pegar nas coisas, nunca tentei pegá-la.

Uma vez, aliás, agora é que me lembro, uma esperança bem menor que esta, pousara no meu braço. Não senti nada, de tão leve que era, foi só visualmente que tomei consciência de sua presença. Encabulei com a delicadeza. Eu não mexia o braço e pensei: "e essa agora? que devo fazer?" Em verdade nada fiz. Fiquei extremamente quieta como se uma flor tivesse nascido em mim. Depois não me lembro mais o que aconteceu. E, acho que não aconteceu nada.

in "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

C'est si bon

C'est si bon,
De partir n'importe où,
Bras dessus bras dessous,
En chantant des chansons,

C'est si bon,
De se dire des mots doux,
De petit rien du tout,
Mais qui en disent long.

En voyant notre mine ravie
Les passants dans la rue, nous envient

C'est si bon,
De guetter dans ses yeux
Un espoir merveilleux
Qui donne le frisson
C'est si bon
Cette petite sensation
ça vaut mieux qu'un million
C'est tellement tellement bon

Hum, c'est bon
Voilà c'est bon
Les passants dans la rue
Bras dessus bras dessous
En chantant des chansons
Quel espoir merveilleux

Hum, c'est bon
Je cherche un millionnaire
Avec des grands "Cadillac car"
"Mink coats"
Des bijoux
Jusqu'au cou, tu sais

Hum, c'est bon
Cette petite sensation
Ou peut-être quelqu'un avec un petit yacht, non ?
Ah C'est bon
C'est bon, C'est bon
Vous savez bien que j'attends quelqu'un
qui pourrait m'apporter beaucoup de lutte(?) (is it an english
word, I don't know, if she said "lutte" (french : fight,
struggle).
Ce soir, demain, la semaine prochain(e)
N'importe quand
Hum, c'est bon
C'est bon
Il sera très crazy, non ?
Voilà, c'est tellement bon !

http://www.youtube.com/watch?v=Ib87HRYSZ8g