Neste mês de novembro, apresentei 3 aulas, na Jornada Além das Palavras, falando da comunicação e sua importância no trabalho do psicanalista e do psicólogo. Essas aulas foram gravadas e ficam disponíveis para serem vistas futuramente.
O intuito desse trabalho foi o lançamento do curso EAD Desvendando a Comunicação Moderna, realizado junto ao Instituto Freedom, com o objetivo de mostrar como o conhecimento das teorias de Comunicação pode auxiliar na clínica, trabalhando com técnicas que vão além do sintoma do paciente e ajudam a perceber que a estrutura de linguagem que ele utiliza para falar é de grande auxílio para as interpretações.
Mais informações neste link abaixo:
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O curso EAD Desvendando a Comunicação Moderna vai ensinar elementos importantes da linguagem, te ajudando a se comunicar de forma mais assertiva e ouvir bem o que o outro diz, gerando menos desentendimentos entre as pessoas.
Profissionais de diversas áreas que lidam com pessoas das mais variadas idades, encontrarão nessas aulas conteúdo útil para melhorar as relações interpessoais. Porém, se você é psicólogo, esse curso é muito colaborativo para o seu dia-a-dia na clínica. Com ele, você poderá interagir com as ferramentas corretas para se desenvolver mais ainda.
Em tempos de virtualização das relações, redes sociais, emojis, memes, todos estamos sujeitos a cometer erros de julgamento diante do que nos chega. Portanto, esse curso foca especialmente nisso: saber dizer, para dizer simples e dizer bem.
Diante do vasto campo de estudos da comunicação, da linguística e da semiótica, a estrutura do curso foi pensada nos autores que mais operam com os aspectos práticos da linguagem.
Temos oito aulas teóricas, recheadas de exemplos práticos, mais dois bônus que ensinam a olhar para a cultura através do conteúdo aprendido nas aulas.
Na aula 1, falaremos de Comunicação e Linguagem, dando um panorama geral do tema. É o início da nossa trilha, então começamos pelo básico e simples. Comunicar vem do latim communicare, e quer dizer partilhar algo, tornar comum. Para tentarmos entender como adquirimos a habilidade de usar essa ferramenta, é só pensar no bebezinho. Ele pode nos dar uma ideia de como o homem desenvolveu essa capacidade. Primeiro com os sons, imitando o meio ambiente, depois convertendo esses sons em fonemas que são reunidos e podem transmitir algum significado. A isso damos o nome de signo. Daí, experimentamos registrar esses signos para que possam permanecer para as gerações futuras, e os primórdios da escrita são apresentados. Parece algo natural, mas que exige bastante do nosso aparato cognitivo e psíquico. Além disso, a comunicação ensina cultura, seja como a língua que falamos, ou o modo como entendemos o significado das coisas.
Na aula 2, vou trazer a teoria da linguística através de um estruturalista suiço, Ferdinand de Saussure. Ele propõe a diferença entre língua e fala e é quem definiu o signo linguístico como uma unidade composta por dois elementos, significado (a ideia que temos na mente com o que uma coisa quer dizer) e o significante (a forma que usamos para expor aquele significado, através de sons ou imagens ou palavras). Essa aula é bem importante porque ela vai se conectar com aulas futuras, pois é a base para a releitura de autores mais modernos bem como teóricos de outras áreas que operam com os elementos dessa estrutura aplicada para outros campos de trabalho. Você passará a pensar nas palavras de um jeito mais calculado e com isso ganhará eficiência.
Na aula 3 vamos aprender sobre a semiótica de Charles Sanders Peirce e suas propostas triádicas para a interpretação dos fenômenos que se apresentam à nossa consciência. Ele pensa o signo como uma tríade - signo, objeto e interpretante. Vou te explicar direitinho isso e você vai ver que não é um bicho de sete cabeças. Além disso, ele propõe três categorias fundamentais com as quais definimos as coisas, e essas são chamadas de primeiridade, secundidade, terceiridade. É muito interessante e você vai passar a ler o mundo através delas.
Na aula 4, o russo Roman Jakobson nos oferece suas seis funções de linguagem. Essas funções definem como a mensagem se constrói e se transmite e quais as implicações apresentadas nisso. Como usar a função poética para uma mensagem mais interessante? Qual o melhor meio que devo usar para atingir o meu destinatário? Depois dessa aula você certamente vai entender melhor o que faz, e o principal, vai prestar mais atenção ao que chega a você. Atenção plena, mindfulness, não é isso que hoje tanto pretendemos para podermos experimentar melhor o que estamos vivendo? Olha aqui, um super encontro com a atenção plena.
Na aula 5, mais uma vez veremos um aspecto do estruturalismo, mas agora com Roland Barthes, esse francês que traz uma aplicação interessante do ensino de Saussure, na investigação das mitologias do dia-a-dia na atualidade. Uma vez que se conta sobre uma situação, se escolhe como se vai falar, para que aquilo não seja apenas o relato de um fato, senão uma história com intenção de falar mais do que apenas o ocorrido. Fala-se muito hoje de storytelling, pois bem, aqui você vai ver como construir melhor ainda as suas narrativas.
Na aula 6, é a vez de vermos a linguagem do inconsciente proposta por Sigmund Freud, da interpretação dos sonhos às piadas, como ele viu na linguagem o poder de tratar neuroses? Sob a máxima de ‘freud explica!’, hoje tentamos entender tudo, pois sabemos que há muita coisa que está inconsciente, que provoca reações emocionais e está escondido da nossa consciência. Vamos acompanhar a trilha de Freud em direção às descobertas do que fala em nós quando falamos. Até quem torce o nariz para este psicanalista vai olhar com novos olhos para a teoria dele.
Na aula 7, será apresentada a teoria do significante de Jacques Lacan no seu modelo de inconsciente estruturado como uma linguagem. Mais do que aquilo que eu quero dizer, ele nos mostra como vamos ouvir o que deve ser dito, mesmo sem que o eu saiba disso. O inconsciente aqui aparece a todo momento, especialmente pela apresentação das noções de sujeito e de enunciação, ou seja, o discurso que é falado ao invés daquilo que se gostaria realmente de dizer.
E na aula 8, teremos um gostinho do pós-estruturalismo. Esse movimento que toma corpo a partir dos anos 1970, tem muitos intelectuais e muitas renovações das teorias que ainda sustentavam o conhecimento humano. Mas escolhi Jacques Derrida, como o nome que interessa na nossa metodologia Através do conceito de différance, ele levanta questões sobre a escrita, algo que em tempos de redes sociais e interação através das telas, se faz muito importante. Ele vai além do modelo estruturado e investiga o que escapa a isso, o que vai além, ou fica aquém daquilo que pode ser reproduzido de modo uniforme, Também teremos o conceito de alteridade, algo que é fundamental nesse nosso momento em que tomamos o outro pelo nosso próprio modelo e esquecemos que o outro é completamente diferente de nós. Nessa aula, prepare-se para colocar os neurônios para trabalhar, pois Derrida é um autor que vai te tirar do lugar comum e exigir que você trabalhe junto com ele na teoria.
Nosso primeiro bônus foi pensado para fazermos juntos um exercício de análise semiótica. Tomo os principais pontos da teoria e vou te mostrando as possibilidades de leitura daquilo que estiver vendo. Mais do que correr para o youtube para ver como um especialista sobre cinema vai falar sobre o filme, quero que você experimente o prazer de encontrar, nas várias camadas de linguagem, os significados que estão ali naquela obra. Fazer a SUA interpretação. Escolhi a HQ americana Sherman’s lagoon e o longa-metragem de animação francês, Bicicletas de Belleville. Se não conhece, vai gostar.
E para o segundo bônus, escolhi trazer dois produtos da comunicação na internet: as fakenews e os memes. A estrutura de linguagem desse novo material da indústria da comunicação exige astúcia da nossa parte. O mundo mudou muito rapidamente com as novas tecnologias e ainda não estamos completamente habituados com o que é gerado através delas. Como saber se uma notícia é falsa ou não? Que graça tem nessa imagem de um urso com uma frase sem sentido sobre ele? A linguagem da internet é muito veloz, além de ser substituída com muita rapidez também. Nada se retém, mas introjetamos as mensagens sem tempo para simbolizá-las. Esse é um foco de atenção dos nossos tempos. Veremos como podemos ficar atentos para as pegadinhas que as notícias falsas apresentam e como caímos fácil nos novos discursos enganosos. E vamos nos divertir com os memes, que exigem muito repertório para acompanharmos essa linguagem rápida que comunica muito em um golpe só.
Bom, acho que com tudo isso você não vai querer perder, né?