domingo, 19 de setembro de 2010

VMB 2010

Eu tenho outras coisas para escrever, mas são tão mais sérias que resolvi deixar para a semana que vem.

Algumas leituras me inspiraram a escrever sobre relações de comunicação e internet. A palestra da Maria Rita Kehl me inspirou a escrever sobre mãe e crianças, enfim, temas mais densos, intensos.

Mas, essa semana aconteceu o VMB 2010 e fiquei pensando por que as pessoas se chocam todo ano com o resultado?

Há 2 anos os prêmios foram todos para o NX Zero, no ano passado para o Fresno e esse ano para o Restart, a coisa mais normal do mundo.

Mas, quem reclama?

Comecei a observar os comentários no twitter, facebook, conversas de amigos dos amigos, e tava lá formado o grupo dos inconformados, inclusive parte da platéia que vaiou.

Aí é que está, quando eu era adolescente eu era 'Lado B'. Não gostava das mesmas coisas, das mesmas músicas, era o momento cultural em que os adolescentes buscavam alternativa na música, moda, cinema, para se diferenciar da massa.

Isso se tornou minha imagem no mundo, parte da minha personalidade, segui meus estudos e minha profissão buscando essa diferenciação e consegui.

Mas, a massa continua daquele mesmo jeito, Lado A, com aquilo que é repetitivo, massante, feio, desagradável e simplório.

Fico sempre pensando se hoje ainda temos Lado B entre os adolescentes ou se essa característica pertence aos jovens nascidos nos anos 70 e 80, que ouviram discos de vinil, objeto que oferece esse significante Lado A ou Lado B como significado de um qualificativo, e que hoje ainda imaginam que, como adultos formadores de opinião, podem alterar alguma coisa culturalmente.

É justamente essas pessoas Lado B que se indignaram. Elas viram no nascimento da MTV uma porta de acesso a uma cultura mais alternativa, isso foi uma realidade por 5 anos, talvez um pouco mais, mas a engrenagem da massificação toma tudo que é alternativo, incorpora, reorganiza e devolve para o mundo como o padrão e aqueles saudosos e nostálgicos de sua juventude ficam a "ver navios" (nossa, expressão interessante essa, vou pesquisar e falo na semana que vem).

É isso, ganhou Restart, ano que vem ganha outro na mesma linha, que ainda não sabemos quem é, pois vai aparecer provavelmente no ano que vem mesmo.

O melhor de tudo isso é que, algumas pessoas Lado B na sua juventude estão produzindo cultura e entretenimento no Brasil e garantem que, mesmo que os nomes alternativos não ganhem prêmios, que esses nomes circulem na mídia, que estejam indicados, que façam parte dessa engrenagem sócio-cultural de incluídos e excluídos, lado a e lado b, porque o alternativo é parte do padrão.

Um comentário:

Leandro Robles disse...

Você desrespeitou a família Restart.
Mexeu com a família errada, uma família que não desiste nunca. Não vou deixar barato, vou xingar muito no twitter.