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Ok, ok...esse post está adiantado.
Mas não dava para esperar e comentar dois belos filmes franceses que trazem o tema para as telas.
Na semana passada assisti "O pequeno Nicolau", filme bem simpático. Uma comédia infantil, mas que agrada muito os adultos, especialmente pelo clima retrô que assume.
Pois é, uma saudade, uma nostalgia da época em que as crianças se sentiam de alguma forma amedrontada pelos adultos, seja pela forma avantajada destes, pelas escolhas incompreendidas, seja pelo mundo absurdo que habitavam.
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No entanto, ver "O pequeno Nicolau" é um refresco, uma sessão da tarde, especialmente depois de ter visto "Entre os muros da escola".
Filmaço que traz uma atualização do mundo e da vida escolar. As crianças não são menores do que os professores, pelo contrário. Não pensam diferente, num mundo completamente a parte, vivem e pensam o mesmo mundo, sofrem igual, mas ainda sofrem por posições diferentes.
É impressionante a crise diante das posições de autoridade derrubadas, a imposição da igualdade e do politicamente correto, ingessando toda e qualquer fala ou atitude daquele que foi colocado na posição de autoridade.
Nossa, escrevendo isso pensei: parte da destituição da autoridade vem do discurso do politicamente correto. Pensando bem, antes, aquele que podia aplicar limites, também tinha em seu poder a liberdade de dizer o que pensava, num mundo onde as diferenças existiam e eram, de certa forma, veladas. Mostrar as diferenças, falar delas, não fez com que elas acabem.
Talvez todos os anos de ditadura em diversos países serviu como fim e extremo desse silêncio de uns e voz absoluta de outros. Com a tomada do poder da voz, do discurso, todos falam, menos aqueles que falavam, pois se escorregam nas suas crenças, nos seus preconceitos e expressam um "incorreto", proibidos estarão e devem "pagar" por isso.
Mas afinal, quem continua sofrendo? Quem ganha e quem perde com essas novas determinações de posições, com a falta daquilo "real" com que lutar? Se rebelar com que e com quem? Não há mais porque da rebeldia, no entanto, o fascínio de ouvir a própria voz mantém alguns na constante estrada do discurso inflamado, e vazio: doente!