Bom, ontem aconteceu a I Jornada de Psicanálise e Cinema, conforme post da semana passada.
Primeira e Única ou Primeira de Muitas Outras?!?
Espero pela segunda opção... e II Jornada.
O clima era amigável, convidados e organizadores parceiros de trabalho e admiradores mútuos.
A seriedade não precisava estar na aparência ou no comportamento, pois já estava amparanda no olhar de um pelo outro.
Cada convidado seguindo sua própria metodologia (alguns lendo, outros "papeando"), mas todos muito à vontade com um tema que é parte do trabalho diário e das suas reflexões cotidianas.
Não vou resumir aqui as palestras, afinal a recepção é única, assim como a emissão, logo, só quem participou terá apreendido aquilo tudo.
Apesar de 90% dos convidados serem psicanalistas, é muito agradável ver a participação de um jornalista - Sérgio Rizzo - tão bem encaixado no grupo.
Algumas questões surgem:
- temos muitas mulheres psicanalistas, mas porque o meio social e intelectual destaca tão poucas delas?
Mirian Chnaidernam, com sua delicadeza e simpatia conseguiu um espaço merecido.
- é um consenso no meio psicanalítico a importância e necessidade da produção da escrita entre os profissionais, e cada vez mais vejo que, quando o psicanalista se sente livre e à vontade com a palavra, depois de muito teorizar e conceituar a psicanálise, quando ele de fato consegue transpor a barreira criativa e produzir ficção ou poesia, ele domina incrivelmente seu conhecimento e intuitivamente transforma seu discurso em algo precioso e enriquecedor.
Oscar Cesarotto já tinha me causado desde suas aulas na PUC e é incrível ver tanta coisa dita com tão poucas palavras.
E ainda fiquei fascinada com o Sérgio Telles, que certamente é o outro representante disso que coloquei.
É isso!
sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
Lançamento Macaco Albino 2
PRIMEIRO A PUBLICIDADE:

Amigos, está chegando o dia do lançamento do meu segundo gibi, o Macaco Albino 2! Espero ver vocês lá!
Lançamento dia 11 de dezembro, sexta-feira, 19h30, na Livraria HQMix, Praça Roosevelt 142, São Paulo.
Resenha de Alexandre Baptista:
"Macaco Albino ataca novamente.
Leandro Robles, criador da Escola de Animais, lança o segundo volume da HQ do Macaco Albino.
Depois de sua estreia em papel, o inquieto macaquinho não se contentou em voltar para o site escoladeanimais.com, onde surgiu em 2006. Em novo meio, ele curtiu, entrou e ficou a vontade, querendo bis. E eis que o bis chegou, como um presente de Natal aos fãs do personagem.
O lançamento desta vez acontece no dia 11 de dezembro, sexta-feira, na Livraria HQMix, Praça Roosevelt 142, São Paulo.
O novo volume publicado é diversão certa para os já assíduos leitores do Albino, trazendo em sua maior parte histórias inéditas e algumas das clássicas como o “Manual Prático da Felicidade”, pérola da sabedoria albiniana e boa medida para os leitores de primeira viagem conhecerem o estilo na primeira leitura.
A estes primeiros aventureiros vale lembrar que, embora o descolorido personagem pareça um dos integrantes da Escola de Animais, publicada na Folhinha, suas situações acontecem em um universo mais adulto: como alguém que tem de lidar com o cotidiano, Albino desabafa, não aceita, extravasa e ainda sai cantando, dançando e revelando curiosidades que tínhamos desde a infância.
E como já é tradição, a publicação conta mais uma vez com um time de cartunistas e ilustradores em participações especiais, trazendo suas próprias versões do símio e prestando suas homenagens.
No conjunto, a HQ é uma excelente opção para todos aqueles que gostam de se divertir e surpreender com um material inédito e de estilo próprio. E os fãs atestam: esse Macaco veio para ficar."
Ficha técnica:
Macaco Albino 2
64 páginas, formato de bolso.
Capa colorida e miolo PB.
R$ 3,00.
autor: Leandro Robles
Participações especiais: Kako, Gustavo Duarte, Rodrigo Arraya, Jozz, Odilon Moraes, Chico Bela, Fernando Ventura, Diego Munhoz, Salvador, Gustavo Rinaldi, Fernando Gonsales, Hiro.
Contato: www.escoladeanimais.com; robles@pingado.com.
Amigos, está chegando o dia do lançamento do meu segundo gibi, o Macaco Albino 2! Espero ver vocês lá!
Lançamento dia 11 de dezembro, sexta-feira, 19h30, na Livraria HQMix, Praça Roosevelt 142, São Paulo.
Resenha de Alexandre Baptista:
"Macaco Albino ataca novamente.
Leandro Robles, criador da Escola de Animais, lança o segundo volume da HQ do Macaco Albino.
Depois de sua estreia em papel, o inquieto macaquinho não se contentou em voltar para o site escoladeanimais.com, onde surgiu em 2006. Em novo meio, ele curtiu, entrou e ficou a vontade, querendo bis. E eis que o bis chegou, como um presente de Natal aos fãs do personagem.
O lançamento desta vez acontece no dia 11 de dezembro, sexta-feira, na Livraria HQMix, Praça Roosevelt 142, São Paulo.
O novo volume publicado é diversão certa para os já assíduos leitores do Albino, trazendo em sua maior parte histórias inéditas e algumas das clássicas como o “Manual Prático da Felicidade”, pérola da sabedoria albiniana e boa medida para os leitores de primeira viagem conhecerem o estilo na primeira leitura.
A estes primeiros aventureiros vale lembrar que, embora o descolorido personagem pareça um dos integrantes da Escola de Animais, publicada na Folhinha, suas situações acontecem em um universo mais adulto: como alguém que tem de lidar com o cotidiano, Albino desabafa, não aceita, extravasa e ainda sai cantando, dançando e revelando curiosidades que tínhamos desde a infância.
E como já é tradição, a publicação conta mais uma vez com um time de cartunistas e ilustradores em participações especiais, trazendo suas próprias versões do símio e prestando suas homenagens.
No conjunto, a HQ é uma excelente opção para todos aqueles que gostam de se divertir e surpreender com um material inédito e de estilo próprio. E os fãs atestam: esse Macaco veio para ficar."
Ficha técnica:
Macaco Albino 2
64 páginas, formato de bolso.
Capa colorida e miolo PB.
R$ 3,00.
autor: Leandro Robles
Participações especiais: Kako, Gustavo Duarte, Rodrigo Arraya, Jozz, Odilon Moraes, Chico Bela, Fernando Ventura, Diego Munhoz, Salvador, Gustavo Rinaldi, Fernando Gonsales, Hiro.
Contato: www.escoladeanimais.com; robles@pingado.com.
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
I Jornada de Psicanálise e Cinema
sábado, 28 de novembro de 2009
Todos os Santos
Está acontecendo em São Paulo a Exposição "Todos os Santos, do sagrado ao profano".
Dê uma conferida no link abaixo algumas obras, endereço da Casa Portugal, datas e horários em que ela está aberta ao público.
Bem interessante: os artistas criam imagens, santos e orações.
http://entretenimento.uol.com.br/album/todos_os_santos_album.jhtm?abrefoto=19#fotoNav=18
Dê uma conferida no link abaixo algumas obras, endereço da Casa Portugal, datas e horários em que ela está aberta ao público.
Bem interessante: os artistas criam imagens, santos e orações.
http://entretenimento.uol.com.br/album/todos_os_santos_album.jhtm?abrefoto=19#fotoNav=18
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Consciência Negra
Hoje é dia da consciência negra - 20 de novembro.
Aproveitando o convite do site feminino, resolvi descrever os orixás femininos africanos, como forma de refletir o quanto os temos incorporados, afinal, nós brasileiros, culturalmente, somos 30% africanos.
Segundo o wikipedia:
"Na mitologia yoruba, Olorun é o deus supremo do povo yoruba, que criou as divindades chamadas Orixás, guardiões dos elementos da natureza, para representar todos os seus domínios aqui no aye. (em yoruba Òrìsà; em espanhol Oricha; em inglês Orisha). Também existem orixás intermediários entre os homens e o Deus africano, mas não são considerados deuses, são considerados ancestrais divinizados após à morte. Cultuados no Brasil, Cuba, República Dominicana, Porto Rico, Jamaica, Guiana, Trinidad e Tobago, Estados Unidos, México e Venezuela.
Na mitologia há menção de 600 orixás primários, divididos em duas classes, os 400 dos Irun Imole e os 200 Igbá Imole, sendo os primeiros do Orun ("céu") e os segundos da Aiye ("Terra").
Estão divididos em orixás da classe dos Irun Imole, e dos Ebora da classe dos Igbá Imole, e destes surgem os orixás Funfun (brancos, que vestem branco, como Oxalá e Orunmilá), e os orixás Dudu (pretos, que vestem outras cores, como Obaluayê e Xangô)."
Os orixás femininos são:
* Oyá ou Iansã, orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do rio Níger
http://pt.wikipedia.org/wiki/Oy%C3%A1
* Oxum, orixá feminino dos rios, do ouro, jogo de búzios, e protetora dos recém nascidos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Oxum
* Iemanjá, orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos orixás.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iemanja
* Nanã, orixá feminino dos pântanos e da morte, mãe de Obaluaiê.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nan%C3%A3
* Yewá, orixá feminino do Rio Yewa, considerada a deusa da beleza, da adivinhação e da fertilidade.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Yew%C3%A1
* Obá, orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô, é a deusa do amor.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ob%C3%A1
* Axabó, orixá feminino da família de Xangô.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Axab%C3%B3
* Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iyami-Aj%C3%A9
Aproveitando o convite do site feminino, resolvi descrever os orixás femininos africanos, como forma de refletir o quanto os temos incorporados, afinal, nós brasileiros, culturalmente, somos 30% africanos.
Segundo o wikipedia:
"Na mitologia yoruba, Olorun é o deus supremo do povo yoruba, que criou as divindades chamadas Orixás, guardiões dos elementos da natureza, para representar todos os seus domínios aqui no aye. (em yoruba Òrìsà; em espanhol Oricha; em inglês Orisha). Também existem orixás intermediários entre os homens e o Deus africano, mas não são considerados deuses, são considerados ancestrais divinizados após à morte. Cultuados no Brasil, Cuba, República Dominicana, Porto Rico, Jamaica, Guiana, Trinidad e Tobago, Estados Unidos, México e Venezuela.
Na mitologia há menção de 600 orixás primários, divididos em duas classes, os 400 dos Irun Imole e os 200 Igbá Imole, sendo os primeiros do Orun ("céu") e os segundos da Aiye ("Terra").
Estão divididos em orixás da classe dos Irun Imole, e dos Ebora da classe dos Igbá Imole, e destes surgem os orixás Funfun (brancos, que vestem branco, como Oxalá e Orunmilá), e os orixás Dudu (pretos, que vestem outras cores, como Obaluayê e Xangô)."
Os orixás femininos são:
* Oyá ou Iansã, orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do rio Níger
http://pt.wikipedia.org/wiki/Oy%C3%A1
* Oxum, orixá feminino dos rios, do ouro, jogo de búzios, e protetora dos recém nascidos.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Oxum
* Iemanjá, orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos orixás.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iemanja
* Nanã, orixá feminino dos pântanos e da morte, mãe de Obaluaiê.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Nan%C3%A3
* Yewá, orixá feminino do Rio Yewa, considerada a deusa da beleza, da adivinhação e da fertilidade.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Yew%C3%A1
* Obá, orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô, é a deusa do amor.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ob%C3%A1
* Axabó, orixá feminino da família de Xangô.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Axab%C3%B3
* Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Iyami-Aj%C3%A9
Site Feminino
Esta semana fui convidada para colaborar com um novo site feminino que almeja elevar a auto-estima das mulheres.
Fico feliz em colaborar, especialmente afastando os estereótipos e atalhos de auto-ajuda, possibilitando as mulheres refletirem sobre o que é 'ser mulher'.
Bom, vamos ver no que vai dar.
Fico feliz em colaborar, especialmente afastando os estereótipos e atalhos de auto-ajuda, possibilitando as mulheres refletirem sobre o que é 'ser mulher'.
Bom, vamos ver no que vai dar.
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
Claude Lévi-Strauss 1908-2009
Triste notícia desta semana: 'morreu Claude Lévi-Strauss'
Pensamento fundamental para as ciências humanas no século XX e que permanecerá no XXI.
Durante meus estudos de Comunicação, seus textos eram lidos com um enfoque.
Hoje, com a Psicanálise, os vejo com outro olhar, e sinceramente, com muito mais respeito, admiração e fascinação... coisas da maturidade, sem dúvida.
Para quem quiser saber mais, alguns links abaixo.
Na internet também encontramos alguns de seus livros em arquivo digital, para ler e pensar.
Morreu na noite de sábado (31) o antropólogo e etnólogo belga Claude Lévi-Strauss, fundador do Estruturalismo, linha que revolucionou a abordagem sobre as relações sociais e cujos estudos tiveram bases no Brasil. A morte foi anunciada ontem pela assessoria da EHSS (Ecole des Hautes Etudes en Sciences Sociales, em português, Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais). Lévi-Strauss, que vivia em Paris, completaria 101 anos no dia 28.
Filho de pais franceses e judeus, o intelectual se mudou para a França com 1 ano. A carreira acadêmica começou na Sorbonne, onde estudou Filosofia. Assim como outros humanistas franceses, foi convidado, em 1935, para compor o corpo docente da recém-inaugurada USP (Universidade de São Paulo). Ocupou a cadeira de Sociologia por três anos até decidir partir em missão etnográfica pelo interior do Brasil, ao lado da primeira mulher, Dina Dreyfus, que também era etnóloga.
As missões pelo Norte e Centro-Oeste brasileiros duraram um ano. De volta à França em 1939, foi convocado para lutar na Segunda Guerra Mundial. Obteve dispensa no ano seguinte por conta de sua ascendência judaica. Depois da guerra e de um breve período como refugiado nos Estados Unidos, Lévi-Strauss defendeu na Sorbonne, em 1948, a tese As Estruturas Fundamentais de Parentesco, publicada um ano depois e responsável por modificar de maneira definitiva o estudo das Ciências Humanas nesse século.
A partir das observações feitas em solo brasileiro, Lévi-Strauss propôs as relações de filiação e residência como novos eixos para analisar o homem em sua esfera social. Levou em conta mitos, organização familiar e hábitos alimentares, entre outros aspectos. Pelo estudo, as diferentes culturas não se criariam por obra do acaso, mas, sim, obedeceriam a uma ordem. A corrente ainda é base de estudo nas principais universidades.
Em 1955, com a publicação de "Tristes Trópicos", em que narra o período em que esteve no Brasil, Lévi-Strauss ampliou seu pensamento para além dos círculos acadêmicos. O livro é considerado sua autobiografia intelectual. Em 1973, foi o primeiro antropólogo eleito para a Academia Francesa.
Ângela Corrêa - Do Diário do Grande ABC
http://home.dgabc.com.br/default.asp?pt=secao&pg=detalhe&c=4&id=5775952&titulo=Claude+Levi-Strauss+1908-2009
http://pt.wikipedia.org/wiki/Claude_Levi-Strauss
*imagem do post nesse link: 'Levi-Strauss by Pablo Secca'
http://pontolacaniano.wordpress.com/2009/11/04/morre-aos-100-anos-levis-strauss/
http://viafreud.blogspot.com/
sexta-feira, 30 de outubro de 2009
Viviane Mosé
Sugestão da minha querida amiga Maria Laura em resposta ao post de hoje.
"quem tem olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele soprando sulcos na pele soprando sulcos?
o tempo andou riscando meu rosto
com uma navalha fina
sem raiva nem rancor
o tempo riscou meu rosto
com calma
(eu parei de lutar contra o tempo
ando exercendo instantes
acho que ganhei presença)
acho que a vida anda passando a mão em mim.
a vida anda passando a mão em mim.
acho que a vida anda passando.
a vida anda passando.
acho que a vida anda.
a vida anda em mim.
acho que há vida em mim.
a vida em mim anda passando.
acho que a vida anda passando a mão em mim
e por falar em sexo quem anda me comendo
é o tempo
na verdade faz tempo mas eu escondia
porque ele me pegava à força e por trás
um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo
se você tem que me comer
que seja com o meu consentimento
e me olhando nos olhos
acho que ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem que ando até remoçando"
Viviane Mosé (Psicanalista e Poeta)
"quem tem olhos pra ver o tempo soprando sulcos na pele soprando sulcos na pele soprando sulcos?
o tempo andou riscando meu rosto
com uma navalha fina
sem raiva nem rancor
o tempo riscou meu rosto
com calma
(eu parei de lutar contra o tempo
ando exercendo instantes
acho que ganhei presença)
acho que a vida anda passando a mão em mim.
a vida anda passando a mão em mim.
acho que a vida anda passando.
a vida anda passando.
acho que a vida anda.
a vida anda em mim.
acho que há vida em mim.
a vida em mim anda passando.
acho que a vida anda passando a mão em mim
e por falar em sexo quem anda me comendo
é o tempo
na verdade faz tempo mas eu escondia
porque ele me pegava à força e por trás
um dia resolvi encará-lo de frente e disse: tempo
se você tem que me comer
que seja com o meu consentimento
e me olhando nos olhos
acho que ganhei o tempo
de lá pra cá ele tem sido bom comigo
dizem que ando até remoçando"
Viviane Mosé (Psicanalista e Poeta)
A contagem do Tempo
Hoje é dia de blog, mas não estava inspirada para escrever sobre nada em especial.
Para não deixar esse lugar abandonado, pensei apenas em dizer que o tempo cronológico não pode se adequar ao tempo criativo, que funcionam em ritmos diferentes e que no caso deste blog, o que vale é a inspiração.
Para ilustrar essa questão, fui procurar algum poema que representasse o que eu tentava dizer e achei um link com inúmeros poemas magníficos sobre o tema.
Tanto aqueles que retratam o Tempo como algo cronológico, pesado, rígido e regido pelo deus mitológico Cronos, como aquele interno, relativo às percepções das sensações e emoções....
Escolhi esse para deixar aqui, mas o link é precioso e traz as agonias e benventuras desse conceito que hoje é usado com frequência para justificar nossos aceites e recusas, como se ele realmente fosse o responsável pelo Sim e Não.
"O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que tem medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno."
William Shakespeare
http://www.pensador.info/p/poemas_sobre_o_tempo/1/
Para não deixar esse lugar abandonado, pensei apenas em dizer que o tempo cronológico não pode se adequar ao tempo criativo, que funcionam em ritmos diferentes e que no caso deste blog, o que vale é a inspiração.
Para ilustrar essa questão, fui procurar algum poema que representasse o que eu tentava dizer e achei um link com inúmeros poemas magníficos sobre o tema.
Tanto aqueles que retratam o Tempo como algo cronológico, pesado, rígido e regido pelo deus mitológico Cronos, como aquele interno, relativo às percepções das sensações e emoções....
Escolhi esse para deixar aqui, mas o link é precioso e traz as agonias e benventuras desse conceito que hoje é usado com frequência para justificar nossos aceites e recusas, como se ele realmente fosse o responsável pelo Sim e Não.
"O tempo é muito lento para os que esperam
Muito rápido para os que tem medo
Muito longo para os que lamentam
Muito curto para os que festejam
Mas, para os que amam, o tempo é eterno."
William Shakespeare
http://www.pensador.info/p/poemas_sobre_o_tempo/1/
sexta-feira, 9 de outubro de 2009
Nossos ideais...


.... e nossos conflitos, angústias, medos, neuroses, frustrações....
* tiras originalmente publicadas em outubro de 1962
http://comics.com/peanuts/
sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Ciclo Pensamento Alemão no Século XX
Goethe-Institut São Paulo convida para:
2º Ciclo Pensamento Alemão no Século XX - Grandes protagonistas e recepção no Brasil
A Alemanha, como nenhum outro país europeu no século XX, foi o ponto de intersecção de diversos processos históricos universais: a Primeira Guerra Mundial, o nacional-socialismo, a Segunda Guerra Mundial, a divisão do país na linha de frente dos grandes blocos antagonistas da Guerra Fria, a reunificação em meio a uma situação mundial marcada pela crescente globalização. Repetidamente, ela ocupou o centro de processos históricos que atingiram o mundo como um todo; e repetidamente o pensamento alemão (ou em língua alemã) tornou-se o palco de desafios radicais para o pensamento, englobando praticamente todos os âmbitos da experiência humana.
Dando continuidade ao primeiro Ciclo (que abordou em 2007 a obra de pensadores como Freud, Weber, Heidegger, Schmitt, Benjamin, Adorno, Bloch, Arendt, Marcuse, Habermas e Luhmann), o 2º Ciclo Pensamento Alemão no Século XX apresentará a obra de outros pensadores fundamentais, que mudaram o rumo de suas disciplinas e afetaram profundamente nossa visão do mundo, do universo e de nós mesmos: Erich Auerbach, Norbert Elias, Ludwig Wittgenstein, Karl Popper, Georg Lukács, Rosa Luxemburg, Carl Gustav Jung, Wilhelm Reich, Albert Einstein e Werner Heisenberg.
Da crítica literária à física quântica, da psicologia à teoria da ciência, da política à matemática, estes pensadores deixaram marcas profundas também no pensamento brasileiro. Por isso, alguns dos mais importantes intelectuais do país discutirão a importância da obra, a atualidade das questões e a especificidade da recepção brasileira de cada um destes autores, lembrando sempre uma frase do Galileu de Brecht: “Pensar é um dos maiores prazeres da raça humana”.
Realização: Goethe-Institut São Paulo
6 de outubro a 8 de dezembro 2009, terças-feiras, às 19h
Goethe-Institut São Paulo
Rua Lisboa, 974
Entrada franca
11 3296 7000
cultura@saopaulo.goethe.org
http://www.goethe.de/ins/br/sap/ver/pt4951836v.htm
Programa
6 de outubro, 19h
Erich Auerbach: a condição humana entre a história e a filologia
Leopoldo Waizbort
13 de outubro, 19h
Elias: inovador da Sociologia Contemporânea
Sérgio Miceli
20 de outubro, 19h
Jung e a relação com o diferente
Laura Villares de Freitas
27 de outubro, 19h
Wittgenstein e a lógica da apresentação do mundo
José Arthur Giannotti
3 de novembro, 19h
Georg Lukács: autonomia e heteronomia da arte
Arlenice Almeida da Silva
10 de novembro, 19h
Rosa Luxemburg hoje: socialismo ou barbárie
Isabel Loureiro
17 de novembro, 19h
Popper: as vicissitudes do racionalismo
Jézio Hernani Bonfim Gutierre
24 de novembro, 19h
Reich: a ciência como militância
Paulo Albertini
1 de dezembro, 19h
Heisenberg: renovando o entendimento da natureza
Antonio F. R. de Toledo Piza
8 de dezembro, 19h
O difícil legado de Albert Einstein
Carlos Ourivio Escobar
Lançamento da Publicação
1. Ciclo Pensamento Alemão no Século XX – Grandes Protagonistas e Recepção no Brasil, Editora Cosac Naify
Organização: Jorge de Almeida
Perfil dos palestrantes
http://www.goethe.de/mmo/priv/5093255-STANDARD.pdf
sexta-feira, 25 de setembro de 2009
Voltei!
Ufa, quase 2 meses de vazio nesse blog.
Algumas distrações me fizeram abandonar esse exercício de pensamento e escrita: muitas atividades profissionais, curso de francês, mas realmente não foi isso que pegou.
A principal distração, sem dúvida a mais viciante de todas, foi a Farmville do Facebook, que é um jogo bem lúdico, interessante e possível para algum tipo de discussão do tema de hoje. O tom "politicamente correto" se instaura naquela diversão, mesmo que tudo pareça o mais óbvio. Você começa com uma pequena porção de terra para plantio, pouco dinheiro e quase nenhum vizinho e a partir disso tem que fazer aquilo se desenvolver. É com trabalho diário, estratégia e contatos comunitários que a sua produção e riqueza aumentam. Sem parceria e sem colaboração a coisa não funciona.
Outra distração, em menor grau definitivamente, é mais um aplicativo do Facebook, esse chamado Mafia Wars, que se mostra o oposto do primeiro, sendo que você rouba, mata, assalta, faz acordos escusos e todo tipo de estratégia para se dar bem, enriquecer rapidamente e sacanear o outro - mesmo que ele seja da sua máfia, você não pode se descuidar.
Com tudo isso, meu processo cognitivo e afetivo pulsando e tomada pelo ciclo de conferências Mutações, que esse ano traz o tema da "experiência do pensamento", minha mente estava como que inebriada de elementos.
Quarta-feria: palestra do professor de Teoria Política da Iuperj e da UFF, Renato Lessa - fiquei intrigada com a situação política, que sempre nos instiga e incomoda.
Ontem: ouvindo as notícias da Rádio Eldorado, mais paspalhices nas instâncias de poder brasileiras.
E aí fiquei me perguntando: por que nós, psicanalistas, nos dedicamos a tantas análises de produções artísticas e midiáticas, ou mesmo questões políticas estrangeiras, quando é justamente para esse caos que nos governa que devemos olhar?
Sabemos que quanto mais próximo o conflito, e a mitologia que o envolve, mais difícil achar respostas, análises e soluções.
Evoluindo desse pensamento, é notável o quanto se produz acadêmica e teoricamente hoje e o quanto a vida prática não absorve esse conhecimento, marcando a cisão razão e experiência, produzida pelo intelecto e que sabemos não existir. Me lembrei de uma frase marcante e sempre reproduzida da Lúcia Santaella "nada mais prático do que uma boa teoria."
Muitos pontos disponíveis e apresentados, vamos juntar, ou melhor, associar tudo isso.
Num recorte bem particular de uma colocação do professor Lessa, fica destacado que, hoje somos constantemente chamados à ação política (através de voto, ações comunitárias, etc) como nos moldes das sociedades antigas. No entanto, o modelo de poder e governância está marcado inevitavelmente pelas crenças estabelecidas no cristianismo e todos os séculos da Idade Média e as configurações sociais descendentes disso.
Ora, que formato mais brasileiro esse, não?!? Mestiçagem, poder forçado e irrestrito, ocultamento, etc.
Nós brasileiros somos formados por vários povos, várias mitologias, vários afetos e geralmente elegemos UM para ser o principal, mas esquecemos do restante.
Somos índios, nascidos na mata nativa e tropical, com as regras sociais coletivas onde cada um tem sua função e sua recompensa, mas fomos invadidos e desorganizados sedutoramente por um outro povo, surpreendentemente. Somos também europeus, de traços variados, mas com a energia de conquista tão grande que nos possibilita abandonar o porto seguro, elegendo um novo porto seguro além-mar. Somos negros, arrancados das suas terras, do seu domínio e poder para sermos obrigados a obedecer.
Além dos traços de aparência diversos, nossos traços afetivos e psicológicos também são distintos. Tudo isso forma o imaginário de um povo que não consegue se integrar numa unidade. E mais, esses três grandes conjuntos étnicos que nos formam trazem a carga do medo, da agressão, da luta, da conquista, do não pertencimento, da não propiedade sobre o próprio corpo ou a própria alma. Ninguém mais é, todos estão.
Enfim, o discurso político prega uma nação de ajuda mútua. A prática política efetiva a lei do mais forte, eleito para fazer o que 'ninguém mais teve coragem, atravessar o oceano em busca de novas terras, de riquezas'. Como essa pessoa vai entender que ela deve trabalhar por algo, se, internalizado está que, quem é eleito para tal tarefa deve resgatar o máximo de riqueza e manter os mais fracos sob uma regra rígida?
Como vemos, quando eleitos para qualquer função, seguimos o modelo do europeu conquistador, o sonho de ascender socialmente.
Indiferentes às questões da aparência, diante de uma situação de poder, nos comportamos como aquele que tem a missão de enriquecer sua família. Consequentemente, na posição de trabalhador, assumimos nossa cota de escravos, onde o trabalho é árduo e não-reconhecido ou valorizado, e devemos aceitar qualquer condição, pois não temos escolha, estamos ali porque somos obrigados a estar. E, quando estamos diante daquilo que entendemos como "nativo" em nós, nossa alegria, ginga e desapego material, tiramos a roupa!
Parece que muito disso já foi pensado, avaliado, analisado, mas mesmo assim não sai do mesmo padrão de funcionamento.
Desde Freud sabemos que a cura é possível pela fala. A verbalização, a palavra que usa o corpo para se manifestar tem a propriedade de garantir uma forma para um abstrato e depois de muito se falar daquilo, conseguirmos entender o neurótico naquilo e "abandonar" o sintoma.
Num processo coletivo, não sabemos o quanto isso vai durar, como num caso clínico, o tempo é indefinido, afinal o inconsciente é atemporal.
No entanto, a partir de todo o discurso "subliminar" nas notícias sobre os atos descabidos dos nossos governantes e legislantes, é através da "fala", da "notícia", do "vir à tona" que tantas questões afetivas e sintomas graves de abusos podem ser organizados e elaborados, até que se tornem parte daquele coletivo e saiba-se o que fazer com aquilo.
Não é estranho que os dois jogos do Facebook, citados acima, façam tanto sucesso, pois através deles vivemos situações lúdicas e imaginárias, declaradamente ambivalentes, possibilitando a simbolização dos processos coletivos e políticos que vivemos, disponibilizando a produção de algo com um tom de novidade.
Bom, o post ficou longo e ao mesmo tempo sintético em sua análise, mas visa apenas levantar uma questão que talvez vire um objeto de estudo futuro. Nós brasileiros precisamos perder o medo de mexer nesse vespeiro que é a nossa condição social e política, ir nesse gozo permanente, assim como uma pessoa tem que se deparar com o melhor e o pior de si mesmo numa sessão analítica.
Algumas distrações me fizeram abandonar esse exercício de pensamento e escrita: muitas atividades profissionais, curso de francês, mas realmente não foi isso que pegou.
A principal distração, sem dúvida a mais viciante de todas, foi a Farmville do Facebook, que é um jogo bem lúdico, interessante e possível para algum tipo de discussão do tema de hoje. O tom "politicamente correto" se instaura naquela diversão, mesmo que tudo pareça o mais óbvio. Você começa com uma pequena porção de terra para plantio, pouco dinheiro e quase nenhum vizinho e a partir disso tem que fazer aquilo se desenvolver. É com trabalho diário, estratégia e contatos comunitários que a sua produção e riqueza aumentam. Sem parceria e sem colaboração a coisa não funciona.
Outra distração, em menor grau definitivamente, é mais um aplicativo do Facebook, esse chamado Mafia Wars, que se mostra o oposto do primeiro, sendo que você rouba, mata, assalta, faz acordos escusos e todo tipo de estratégia para se dar bem, enriquecer rapidamente e sacanear o outro - mesmo que ele seja da sua máfia, você não pode se descuidar.
Com tudo isso, meu processo cognitivo e afetivo pulsando e tomada pelo ciclo de conferências Mutações, que esse ano traz o tema da "experiência do pensamento", minha mente estava como que inebriada de elementos.
Quarta-feria: palestra do professor de Teoria Política da Iuperj e da UFF, Renato Lessa - fiquei intrigada com a situação política, que sempre nos instiga e incomoda.
Ontem: ouvindo as notícias da Rádio Eldorado, mais paspalhices nas instâncias de poder brasileiras.
E aí fiquei me perguntando: por que nós, psicanalistas, nos dedicamos a tantas análises de produções artísticas e midiáticas, ou mesmo questões políticas estrangeiras, quando é justamente para esse caos que nos governa que devemos olhar?
Sabemos que quanto mais próximo o conflito, e a mitologia que o envolve, mais difícil achar respostas, análises e soluções.
Evoluindo desse pensamento, é notável o quanto se produz acadêmica e teoricamente hoje e o quanto a vida prática não absorve esse conhecimento, marcando a cisão razão e experiência, produzida pelo intelecto e que sabemos não existir. Me lembrei de uma frase marcante e sempre reproduzida da Lúcia Santaella "nada mais prático do que uma boa teoria."
Muitos pontos disponíveis e apresentados, vamos juntar, ou melhor, associar tudo isso.
Num recorte bem particular de uma colocação do professor Lessa, fica destacado que, hoje somos constantemente chamados à ação política (através de voto, ações comunitárias, etc) como nos moldes das sociedades antigas. No entanto, o modelo de poder e governância está marcado inevitavelmente pelas crenças estabelecidas no cristianismo e todos os séculos da Idade Média e as configurações sociais descendentes disso.
Ora, que formato mais brasileiro esse, não?!? Mestiçagem, poder forçado e irrestrito, ocultamento, etc.
Nós brasileiros somos formados por vários povos, várias mitologias, vários afetos e geralmente elegemos UM para ser o principal, mas esquecemos do restante.
Somos índios, nascidos na mata nativa e tropical, com as regras sociais coletivas onde cada um tem sua função e sua recompensa, mas fomos invadidos e desorganizados sedutoramente por um outro povo, surpreendentemente. Somos também europeus, de traços variados, mas com a energia de conquista tão grande que nos possibilita abandonar o porto seguro, elegendo um novo porto seguro além-mar. Somos negros, arrancados das suas terras, do seu domínio e poder para sermos obrigados a obedecer.
Além dos traços de aparência diversos, nossos traços afetivos e psicológicos também são distintos. Tudo isso forma o imaginário de um povo que não consegue se integrar numa unidade. E mais, esses três grandes conjuntos étnicos que nos formam trazem a carga do medo, da agressão, da luta, da conquista, do não pertencimento, da não propiedade sobre o próprio corpo ou a própria alma. Ninguém mais é, todos estão.
Enfim, o discurso político prega uma nação de ajuda mútua. A prática política efetiva a lei do mais forte, eleito para fazer o que 'ninguém mais teve coragem, atravessar o oceano em busca de novas terras, de riquezas'. Como essa pessoa vai entender que ela deve trabalhar por algo, se, internalizado está que, quem é eleito para tal tarefa deve resgatar o máximo de riqueza e manter os mais fracos sob uma regra rígida?
Como vemos, quando eleitos para qualquer função, seguimos o modelo do europeu conquistador, o sonho de ascender socialmente.
Indiferentes às questões da aparência, diante de uma situação de poder, nos comportamos como aquele que tem a missão de enriquecer sua família. Consequentemente, na posição de trabalhador, assumimos nossa cota de escravos, onde o trabalho é árduo e não-reconhecido ou valorizado, e devemos aceitar qualquer condição, pois não temos escolha, estamos ali porque somos obrigados a estar. E, quando estamos diante daquilo que entendemos como "nativo" em nós, nossa alegria, ginga e desapego material, tiramos a roupa!
Parece que muito disso já foi pensado, avaliado, analisado, mas mesmo assim não sai do mesmo padrão de funcionamento.
Desde Freud sabemos que a cura é possível pela fala. A verbalização, a palavra que usa o corpo para se manifestar tem a propriedade de garantir uma forma para um abstrato e depois de muito se falar daquilo, conseguirmos entender o neurótico naquilo e "abandonar" o sintoma.
Num processo coletivo, não sabemos o quanto isso vai durar, como num caso clínico, o tempo é indefinido, afinal o inconsciente é atemporal.
No entanto, a partir de todo o discurso "subliminar" nas notícias sobre os atos descabidos dos nossos governantes e legislantes, é através da "fala", da "notícia", do "vir à tona" que tantas questões afetivas e sintomas graves de abusos podem ser organizados e elaborados, até que se tornem parte daquele coletivo e saiba-se o que fazer com aquilo.
Não é estranho que os dois jogos do Facebook, citados acima, façam tanto sucesso, pois através deles vivemos situações lúdicas e imaginárias, declaradamente ambivalentes, possibilitando a simbolização dos processos coletivos e políticos que vivemos, disponibilizando a produção de algo com um tom de novidade.
Bom, o post ficou longo e ao mesmo tempo sintético em sua análise, mas visa apenas levantar uma questão que talvez vire um objeto de estudo futuro. Nós brasileiros precisamos perder o medo de mexer nesse vespeiro que é a nossa condição social e política, ir nesse gozo permanente, assim como uma pessoa tem que se deparar com o melhor e o pior de si mesmo numa sessão analítica.
sexta-feira, 31 de julho de 2009
Tô atrasada!!!!!
Bom, abandonei o blog de novo... ai, ai, ai!
Pensando nisso: no abandono, no atraso, no Tempo... resolvi, ao invés de falar de Cronos - aquele mito repressor e cobrador, representante do correr incessante da vida - vou aproveitar o momento "Alice" do Tim Burton que circula na internet e falar do "Coelho do Tempo".
Muitas análises da obra de Lewis Carroll - "Alice no País das Maravilhas" - já foram feitas. Muitas falam da questão do tempo, da passagem da criança para a adolescência, das mudanças no corpo e mente, das incertezas e surpresas do caminho da vida de um ser humano no reencontro com as suas pulsões.
Curiosamente, é esse coelho que tá sempre atrasado, conferindo seu belo relógio constantemente, que desperta em Alice a curiosidade de adentrar na sua toca e descobrir tudo que está muito escondido, além das aparências, além do mundo banal.
Mas afinal, será que esse simpático Coelhinho - na versão da Disney, porque sabemos que com Tim Burton nada é tão 'bonitinho" ou 'de boa fé' - estava prevendo as demandas da sociedade do século XXI, onde crianças se sentem atrasadas no seu crescimento, aproveitam pouco da magia e amedrontamento das experiências da pré-maturidade?
Bom, pode ser... Mas vale lembrar, criançada: o Coelho tava atrasado para seu encontro com Rainha de Copas - mulher tirana que amedrontava a todos com a famosa frase "CORTEM-LHE A CABEÇA", sem nenhuma justificativa coerente. Ou seja, você pode perder a cabeça, sem que saiba o porquê.
Coisa semelhante acontece aos nossos processos emocionais e inconscientes, afinal, as ocorrências da vida não se explicam, apenas ordenam o presente e o futuro.
Nas fases da vida, chegar cedo demais, ou tarde demais, faz você perder a "cabeça", deixar de pensar, refletir, meditar, elaborar, e ainda pode sofrer as afecções de ter uma imagem sem história, sem símbolo, sem essência.
Alice resolveu embarcar na aventura, querendo entender de que Tempo aquele Coelho falava, qual era a História dele e com isso constituiu a sua própria História.
Bom, links e mais links na internet nos mostram Imagens do novo filme do Tim Burton, da antiga animação da Disney (que faz parte da vida de toda criança) e ainda da visão de vários artistas sobre esse personagem intrigante e instigante.
Diante do novo filme sabemos que:
1 - Vamos comparar com a animação da Disney;
2 - Vamos querer encontrar tudo que os livros do L. Carroll tinham;
3 - Vamos ficar afetados pelas loururas, diabruras, aberrações e alucinações que só o Tim Burton consegue nos proporcionar.
Sem dúvida, essa é a versão do século XXI, sem tantas ilusões de um mundo de fadas. Mas certamente uma marca importantíssima no encontro das nossas pulsões mais agressivas e amedrontadoras.
Tim Burton é o contador do nosso Tempo, ele pega aquilo que outrora prometia um mundo bom e justo e subverte para o mundo anímico de paixões e agressões, que hoje estamos proibidos de viver no devaneio, mas podemos atuar na vida real.
Ler "Alice" é embarcar numa divertida alucinação. É recomendado para os dias frios, quentes, úmidos ou secos. Mas, não deixe de viver essa mágica e fascinante experiência e certamente viverá inspirado pelo resto da vida, lembrando que bela aventura todos podemos fazer com nosso manancial interno e criativo.
É isso!
PS - e pra quem não lembra da marchinha tipicamente brasileira: "coelhinho, se eu fosse como tu... tirava a mão do bolso e enfiava a mão no... coelhinho.."hahahahah
quinta-feira, 2 de julho de 2009
Mob da Solidão Coletiva
Na próxima semana acontecerá um flash mob, ação coletiva que chama a atenção pelo que traz como sintoma cultural.
Flash Mobs são aglomerações instantâneas de pessoas em um local público, para realizar determinada ação inusitada, previamente combinada, após o que, as pessoas se dispersam tão rapidamente quanto se reuniram. A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através de e-mails ou dos meios de comunicação social. (WKP)
Originalmente esse tipo de manifestação tinha um caráter político de protesto em relação aos sistemas de governo. Hoje, organizados fundamentalmente no mundo virtual da internet, eles se organizam num movimento político, menos interessado em protestos visando o status governamental, e mais focado em situações sociais que se reapropriam de pontos da cidade que já perderam seu caráter de palco da pólis.
Ainda nesse caminho, mas seguindo um pouco mais para o aspecto das relações virtuais, vi o seguinte comentário do meu querido artista Binho Miranda:
O ser humano vive em grupo. Desde que nasce, precisa do outro para sobreviver. Mais do que isso, entende a si mesmo a partir de um lugar onde possa estabelecer algum tipo de vínculo e saber sobre si.
No mundo virtual, espaço infinito, ilimitado, pleno e sem registro de falta - afinal é o todo e o tudo - vejo nas comunidades virtuais essa delimitação tão necessária para que o sujeito se entenda um ser. Para que esteja em, com, de.
Apesar das distinções entre comunidades como orkut, facebook, twitter, blogs, algo unifica tudo isso, é um lugar onde se mostram as subjetividades, onde o sujeito aparece, estabelece seus contatos sociais e pessoais.
Muito se falou da solidão e das máscaras que essa nova mídia traria. Hoje, vemos claramente que a internet nada mais é do que o veículo dos contatos, dos acordos, das visualizações. É de união na solidão da individualidade.
A inteligência humana sempre se move para adaptar a natureza e suas criações para o caminho de assemelhamento a ele, e eis que a internet voltou a ser a mesma coisa que aquelas velhas histórias do campo (brasileiro ou não), onde as pessoas se conheciam, mostravam aquilo que era possível no social, criavam modelos de relações e guardavam segredos, nem tão secretos, para gerar fofoca.
É só através dessa limitação a um lugar na internet, a comunidade virtual, que as pessoas encontram um novo jeito e um novo motivo para se mobilizar, para se organizar, para agir e se diferenciar.
No entanto, esse Mob da Solidão Coletiva vem com outro objetivo. Não é uma manifestação pura e simples, que visa criticar algo ou simplesmente fazer algo que poderá ser lido criticamente. Ela vem como "assunto" para a televisão, essa grande abocanhadora da criatividade humana. Os homens criam, reorganizam, fazem, estabelecem novos parâmetros sociais, políticos, coletivos. E, nosso maior e mais poderoso meio de comunicação vem, pega aquilo que é algo fundamental para o estabelecimento de subjetividades e transforma em novos mitos a serem seguidos, desejados. Ela transforma tudo que vem para um apaziguamento da falta do ser em gerador de falta para o ser.
Tudo que aconteceria de forma impulsiva, imediata, numa das poucas possibilidades de transgressão, passa agora para a regulamentação que é exigida por ter uma lente invasiva da individualidade produzindo massificação.
Apesar da crítica, apoio a ação, especialmente pelo carinho que tenho pelos organizadores, pelos produtores. Infelizmente o meio é assim e ainda exigirá muita reflexão para soltarmos as amarras que ele nos atou.
Seguem mais informações sobre o acontecimento, que, independente de ter câmera ou não, traz a sensação de poder ocupar um lugar público, sem um objetivo maior, apenas a sensação de estar em.
Quem quiser experimentar, é só aparecer:
MOB_Brasil é um novo programa de TV que estréia 30 de julho no Multishow.
Nele, 5 jovens recebem um tema para criar uma intervenção urbana. Ela vai acontecer no espaço público, ou seja, é aberta para participação de todos.
O programa é apresentado pela @didiwagner e tem consultoria artística do Coletivo Bijari.
O episódio de estréia tem como tema a Solidão e a intervenção será uma dança de óculos escuros.
Data: 8 de julho, quarta-feira
Horário: 14h
Local: Estação da Luz
http://mobdasolidaocoletiva.wordpress.com/
Estão todos convidados!
Flash Mobs são aglomerações instantâneas de pessoas em um local público, para realizar determinada ação inusitada, previamente combinada, após o que, as pessoas se dispersam tão rapidamente quanto se reuniram. A expressão geralmente se aplica a reuniões organizadas através de e-mails ou dos meios de comunicação social. (WKP)
Originalmente esse tipo de manifestação tinha um caráter político de protesto em relação aos sistemas de governo. Hoje, organizados fundamentalmente no mundo virtual da internet, eles se organizam num movimento político, menos interessado em protestos visando o status governamental, e mais focado em situações sociais que se reapropriam de pontos da cidade que já perderam seu caráter de palco da pólis.
Ainda nesse caminho, mas seguindo um pouco mais para o aspecto das relações virtuais, vi o seguinte comentário do meu querido artista Binho Miranda:
Nao publico nada no twitter, mesmo assim sou seguido. Brasileiro adora fila.
O ser humano vive em grupo. Desde que nasce, precisa do outro para sobreviver. Mais do que isso, entende a si mesmo a partir de um lugar onde possa estabelecer algum tipo de vínculo e saber sobre si.
No mundo virtual, espaço infinito, ilimitado, pleno e sem registro de falta - afinal é o todo e o tudo - vejo nas comunidades virtuais essa delimitação tão necessária para que o sujeito se entenda um ser. Para que esteja em, com, de.
Apesar das distinções entre comunidades como orkut, facebook, twitter, blogs, algo unifica tudo isso, é um lugar onde se mostram as subjetividades, onde o sujeito aparece, estabelece seus contatos sociais e pessoais.
Muito se falou da solidão e das máscaras que essa nova mídia traria. Hoje, vemos claramente que a internet nada mais é do que o veículo dos contatos, dos acordos, das visualizações. É de união na solidão da individualidade.
A inteligência humana sempre se move para adaptar a natureza e suas criações para o caminho de assemelhamento a ele, e eis que a internet voltou a ser a mesma coisa que aquelas velhas histórias do campo (brasileiro ou não), onde as pessoas se conheciam, mostravam aquilo que era possível no social, criavam modelos de relações e guardavam segredos, nem tão secretos, para gerar fofoca.
É só através dessa limitação a um lugar na internet, a comunidade virtual, que as pessoas encontram um novo jeito e um novo motivo para se mobilizar, para se organizar, para agir e se diferenciar.
No entanto, esse Mob da Solidão Coletiva vem com outro objetivo. Não é uma manifestação pura e simples, que visa criticar algo ou simplesmente fazer algo que poderá ser lido criticamente. Ela vem como "assunto" para a televisão, essa grande abocanhadora da criatividade humana. Os homens criam, reorganizam, fazem, estabelecem novos parâmetros sociais, políticos, coletivos. E, nosso maior e mais poderoso meio de comunicação vem, pega aquilo que é algo fundamental para o estabelecimento de subjetividades e transforma em novos mitos a serem seguidos, desejados. Ela transforma tudo que vem para um apaziguamento da falta do ser em gerador de falta para o ser.
Tudo que aconteceria de forma impulsiva, imediata, numa das poucas possibilidades de transgressão, passa agora para a regulamentação que é exigida por ter uma lente invasiva da individualidade produzindo massificação.
Apesar da crítica, apoio a ação, especialmente pelo carinho que tenho pelos organizadores, pelos produtores. Infelizmente o meio é assim e ainda exigirá muita reflexão para soltarmos as amarras que ele nos atou.
Seguem mais informações sobre o acontecimento, que, independente de ter câmera ou não, traz a sensação de poder ocupar um lugar público, sem um objetivo maior, apenas a sensação de estar em.
Quem quiser experimentar, é só aparecer:
MOB_Brasil é um novo programa de TV que estréia 30 de julho no Multishow.
Nele, 5 jovens recebem um tema para criar uma intervenção urbana. Ela vai acontecer no espaço público, ou seja, é aberta para participação de todos.
O programa é apresentado pela @didiwagner e tem consultoria artística do Coletivo Bijari.
O episódio de estréia tem como tema a Solidão e a intervenção será uma dança de óculos escuros.
Data: 8 de julho, quarta-feira
Horário: 14h
Local: Estação da Luz
http://mobdasolidaocoletiva.wordpress.com/
Estão todos convidados!
sábado, 27 de junho de 2009
Michael Jackson por Jorge Forbes
Foi no momento da esperança que Michael Jackson morreu: foi quando o mundo inteiro esperava seu retorno na velha Londres. Ele quebrou as tradicionais bancas de apostas que se dividiam entre o sucesso estrondoso ou o aplauso de consolação; nem um nem outro, a cada qual agora de decidir, em seu próprio sonho, como foi o último show.
Não perguntem a um psicanalista sobre as doenças psíquicas do menino de Ben. Primeiro porque não se diagnostica à distância, segundo, e mais importante, porque a genialidade de Michael Jackson não cabe em nenhum enquadramento psicopatológico. Michael Jackson não foi o maravilhoso artista porque sofria, mas por ter sabido em sua arte ser maior que o sofrimento que deixava transparecer e que lhe causou tantos problemas. Seria muito reducionista pedir o aval freudiano à historinha pronta a ser acreditada: filho caçula de um pai tirânico, tendo sua infância roubada por uma imposição de trabalho e sucesso, o moço não teria outra opção na vida adulta se não recuperar, em parques de diversões fora de data e em compras compulsivas, a alegria infantil um dia proibida. Por favor, não! Essa história pode explicar muita gente, mas não faz um Michael Jackson.
Nenhum diagnóstico que colemos a Michael Jackson explicará a química de alguém que fez o mundo andar na Lua. Suportemos o silêncio de sua morte e de seu sofrimento. Sua música e seus gestos é o que ele nos deixa eternamente.
Jorge Forbes, São Paulo, 25 de junho de 2009
Não perguntem a um psicanalista sobre as doenças psíquicas do menino de Ben. Primeiro porque não se diagnostica à distância, segundo, e mais importante, porque a genialidade de Michael Jackson não cabe em nenhum enquadramento psicopatológico. Michael Jackson não foi o maravilhoso artista porque sofria, mas por ter sabido em sua arte ser maior que o sofrimento que deixava transparecer e que lhe causou tantos problemas. Seria muito reducionista pedir o aval freudiano à historinha pronta a ser acreditada: filho caçula de um pai tirânico, tendo sua infância roubada por uma imposição de trabalho e sucesso, o moço não teria outra opção na vida adulta se não recuperar, em parques de diversões fora de data e em compras compulsivas, a alegria infantil um dia proibida. Por favor, não! Essa história pode explicar muita gente, mas não faz um Michael Jackson.
Nenhum diagnóstico que colemos a Michael Jackson explicará a química de alguém que fez o mundo andar na Lua. Suportemos o silêncio de sua morte e de seu sofrimento. Sua música e seus gestos é o que ele nos deixa eternamente.
Jorge Forbes, São Paulo, 25 de junho de 2009
sexta-feira, 19 de junho de 2009
Vamos fazer uma festa?!?
Na última semana tivemos: feriado, dia dos namorados, aniversário de tia, dia de santo antônio, parada gay, enfim, muitas comemorações e consequentemente muitas festas.
Diante desse panorama, ouvindo daqui, observando dali, percebi como as festas seguem o modelo de uma antiga psicopatologia chamada Histeria.
A Histeria foi a grande colaboradora de Freud no desenvolvimento da Psicanálise. Foi a partir dos estudos das mulheres consideradas afetadas por essa psicopatologia que ele desenvolveu toda sua brilhante teoria.
Num breve e sintético descritivo, podemos pensar que a Histeria traz um "padrão": a relação com o corpo junto com uma dimensão adicional, a insatisfação.
É um dar-se a ver, uma dramatização, mas que deve evidenciar que ali algo está incompleto, faltante.
Os sintomas dos histéricos fazem sentido na medida em que são a expressão lógica de um trauma psíquico. Esse trauma tem ligação com os impulsos libidinais que haviam sido reprimidos desde a infância. No final do século XIX, a cura deveria considerar o caráter catártico, ou seja, uma descarga emocional que trouxesse a revivência de uma lembrança e da expressão desse trauma, numa narrativa, no contexto de uma relação terapêutica.
Passada essa fase, vamos pensar agora numa festa, seja ela de que tipo for: aniversário, casamento, reunião de amigos, balada, enfim, qualquer festa pede planejamento, tudo pensado e planejado para encenar um momento de felicidade.
O anfitrião pensa em tudo, mas, de uma forma bem obscura, esquece algo que na hora H não terá a mínima importância, mas vai ser o grande assunto, ou seja, aquilo que faltou, será evidenciado, comentado e usado como bode expiatório de qualquer insatisfação que a festa gere.
Os convidados se preparam, figurino de acordo com a impressão que querem causar e adequado à ocasião da festa.
Durante a festa, papo vai, papo vem e claro, os assuntos mais interessantes e que permanecem por muito tempo nas bocas recheadas de comida e bebida: quem NÃO veio, o que NÃO teve, porque NÃO foi.
Tem música, dança, risadas, papos intensos, tudo levando a momentos de catarse, de descarga de energia, de alívio das tensões. Fora os romances, os flertes que sempre acontecem e são um dos principais termômetros para a avaliação do evento: se rolou, "foi demais!!!", se não rolou, "tava boa, mas..."
Enfim, é um grande momento de alegria, de diversão, de esquecer o que se era antes ou o que se voltará a ser depois, é um momento encantado, de fantasia e deslumbramento, mas que a todo momento incita a falta, leva àquilo que não está ali, que angustia por confirmar que não dá pra esconder o que não existe.
Hoje é sexta-feira, dia de Vênus, dia de festa, dia de romance... Ai, ai, ai, juízo!
Diante desse panorama, ouvindo daqui, observando dali, percebi como as festas seguem o modelo de uma antiga psicopatologia chamada Histeria.
A Histeria foi a grande colaboradora de Freud no desenvolvimento da Psicanálise. Foi a partir dos estudos das mulheres consideradas afetadas por essa psicopatologia que ele desenvolveu toda sua brilhante teoria.
Num breve e sintético descritivo, podemos pensar que a Histeria traz um "padrão": a relação com o corpo junto com uma dimensão adicional, a insatisfação.
É um dar-se a ver, uma dramatização, mas que deve evidenciar que ali algo está incompleto, faltante.
Os sintomas dos histéricos fazem sentido na medida em que são a expressão lógica de um trauma psíquico. Esse trauma tem ligação com os impulsos libidinais que haviam sido reprimidos desde a infância. No final do século XIX, a cura deveria considerar o caráter catártico, ou seja, uma descarga emocional que trouxesse a revivência de uma lembrança e da expressão desse trauma, numa narrativa, no contexto de uma relação terapêutica.
Passada essa fase, vamos pensar agora numa festa, seja ela de que tipo for: aniversário, casamento, reunião de amigos, balada, enfim, qualquer festa pede planejamento, tudo pensado e planejado para encenar um momento de felicidade.
O anfitrião pensa em tudo, mas, de uma forma bem obscura, esquece algo que na hora H não terá a mínima importância, mas vai ser o grande assunto, ou seja, aquilo que faltou, será evidenciado, comentado e usado como bode expiatório de qualquer insatisfação que a festa gere.
Os convidados se preparam, figurino de acordo com a impressão que querem causar e adequado à ocasião da festa.
Durante a festa, papo vai, papo vem e claro, os assuntos mais interessantes e que permanecem por muito tempo nas bocas recheadas de comida e bebida: quem NÃO veio, o que NÃO teve, porque NÃO foi.
Tem música, dança, risadas, papos intensos, tudo levando a momentos de catarse, de descarga de energia, de alívio das tensões. Fora os romances, os flertes que sempre acontecem e são um dos principais termômetros para a avaliação do evento: se rolou, "foi demais!!!", se não rolou, "tava boa, mas..."
Enfim, é um grande momento de alegria, de diversão, de esquecer o que se era antes ou o que se voltará a ser depois, é um momento encantado, de fantasia e deslumbramento, mas que a todo momento incita a falta, leva àquilo que não está ali, que angustia por confirmar que não dá pra esconder o que não existe.
Hoje é sexta-feira, dia de Vênus, dia de festa, dia de romance... Ai, ai, ai, juízo!
sexta-feira, 12 de junho de 2009
sábado, 6 de junho de 2009
Viver o corpo do outro
O atraso no post foi intensional.
Ontem fui assistir a peça do Contardo Calligaris, "O homem tarja preta" e queria trazer algumas impressões.
A peça é muito boa: texto, ator, suporte psicanalítico garantindo situações possíveis e cotidianas, humor...
Bem escrita, bem dirigida, bem atuada.
Muita coisa me chamou a atenção, mas algo se destacou por uma notícia que eu tinha lido mais cedo.
O personagem, num dado momento, diz que se vestindo de mulher, ele consegue "saber" o que é ser alguém do outro sexo.
Aplacando a angústia de não se saber quem é o si mesmo? Talvez...
A notícia que se aproxima disso é que a atriz Anne Hathaway está se preparando para interpretar um homem numa peça e estava andando sempre com meia na região do pênis e que estaria vendo o mundo completamente diferente a partir dessa nova condição.
Net Movies no Twitter - Laboratório: Anne Hathaway usa calça com enchimento frontal para interpretar homem
http://gente.ig.com.br/materias/2009/06/03/laboratorio+anne+hathaway+usa+calca+com+enchimento+frontal+para+interpretar+homem+6492906.html">
Como é que isso funciona? Por que essa ânsia por estar num outro corpo, viver o corpo do outro, saber exatamente como esse outro se sente consigo mesmo?
Mais uma vez o significante corpo aparece nesse blog, trazendo possíveis significações e reflexões.
Na infância, uma brincadeira muito comum é usar roupas e sapatos da mãe ou do pai. Isso é muito saudável, pois auxilia, através da fantasia, a criação das identidades. Geralmente a menina se identifica mais com a mãe e o menino com o pai. Mas, nada impede a criança de experimentar "a roupa do sexo diferente".
Na adolescência, quando essa dinâmica de identificações volta com muita força, também fica evidente a busca por um modelo que "vista" bem.
Na vida adulta, as pessoas acabam deixando de lado esses momentos de fantasia e devaneio, criando uma imagem de segurança e certeza. Apesar disso, através da literatura, teatro, artes em geral, é possível sentir emoções aceitas na infãncia e continuar seguindo a vida adulta com a imagem esperada socialmente.
No entanto, hoje, esse contato com fantasias e devaneios está limitado à televisão e à internet, diminuindo a diversidade de personagens e ressaltando uma suposta realidade vivida por um outro que se garante pela tela mágica do vídeo.
Voltando para nossos dois objetos e as questões de experimentar o corpo do outro, penso que em um tempo de múltiplas possibilidades de viver os prazeres sexuais, experimentar a sexualidade, a fantasia dá lugar a viver na realidade aquilo que se supõe desejar. À medida que o "corpo" se liberta dos dispositivos sociais de limites, as fantasias se empobrecem e as demandas por atuar aumentam.
As expressões artísticas trazem sempre uma antecipação do que ocorre socialmente. Menos por sugerir uma moda a seguir e mais por perceber nos pequenos traços coletivos uma tendência que já está em andamento.
Tanto na peça brasileira, como no laboratório da atriz americana, temos aí a fantasia presente, permitindo transitar entre o proibido e o permitido, mas, no entanto, elas trazem claramente um sintoma preocupante, pois enquanto as pessoas fantasiam menos e atuam mais, elas se frustram e angustiam muito mais, se distanciam da grande possibilidade humana que é a de simbolizar e viver analogias e criatividade.
Com isso, infelizmente, se recorre a medicamentos para aplacar a dor de não saber.
Ontem fui assistir a peça do Contardo Calligaris, "O homem tarja preta" e queria trazer algumas impressões.
A peça é muito boa: texto, ator, suporte psicanalítico garantindo situações possíveis e cotidianas, humor...
Bem escrita, bem dirigida, bem atuada.
Muita coisa me chamou a atenção, mas algo se destacou por uma notícia que eu tinha lido mais cedo.
O personagem, num dado momento, diz que se vestindo de mulher, ele consegue "saber" o que é ser alguém do outro sexo.
Aplacando a angústia de não se saber quem é o si mesmo? Talvez...
A notícia que se aproxima disso é que a atriz Anne Hathaway está se preparando para interpretar um homem numa peça e estava andando sempre com meia na região do pênis e que estaria vendo o mundo completamente diferente a partir dessa nova condição.
Net Movies no Twitter - Laboratório: Anne Hathaway usa calça com enchimento frontal para interpretar homem
http://gente.ig.com.br/materias/2009/06/03/laboratorio+anne+hathaway+usa+calca+com+enchimento+frontal+para+interpretar+homem+6492906.html">
Como é que isso funciona? Por que essa ânsia por estar num outro corpo, viver o corpo do outro, saber exatamente como esse outro se sente consigo mesmo?
Mais uma vez o significante corpo aparece nesse blog, trazendo possíveis significações e reflexões.
Na infância, uma brincadeira muito comum é usar roupas e sapatos da mãe ou do pai. Isso é muito saudável, pois auxilia, através da fantasia, a criação das identidades. Geralmente a menina se identifica mais com a mãe e o menino com o pai. Mas, nada impede a criança de experimentar "a roupa do sexo diferente".
Na adolescência, quando essa dinâmica de identificações volta com muita força, também fica evidente a busca por um modelo que "vista" bem.
Na vida adulta, as pessoas acabam deixando de lado esses momentos de fantasia e devaneio, criando uma imagem de segurança e certeza. Apesar disso, através da literatura, teatro, artes em geral, é possível sentir emoções aceitas na infãncia e continuar seguindo a vida adulta com a imagem esperada socialmente.
No entanto, hoje, esse contato com fantasias e devaneios está limitado à televisão e à internet, diminuindo a diversidade de personagens e ressaltando uma suposta realidade vivida por um outro que se garante pela tela mágica do vídeo.
Voltando para nossos dois objetos e as questões de experimentar o corpo do outro, penso que em um tempo de múltiplas possibilidades de viver os prazeres sexuais, experimentar a sexualidade, a fantasia dá lugar a viver na realidade aquilo que se supõe desejar. À medida que o "corpo" se liberta dos dispositivos sociais de limites, as fantasias se empobrecem e as demandas por atuar aumentam.
As expressões artísticas trazem sempre uma antecipação do que ocorre socialmente. Menos por sugerir uma moda a seguir e mais por perceber nos pequenos traços coletivos uma tendência que já está em andamento.
Tanto na peça brasileira, como no laboratório da atriz americana, temos aí a fantasia presente, permitindo transitar entre o proibido e o permitido, mas, no entanto, elas trazem claramente um sintoma preocupante, pois enquanto as pessoas fantasiam menos e atuam mais, elas se frustram e angustiam muito mais, se distanciam da grande possibilidade humana que é a de simbolizar e viver analogias e criatividade.
Com isso, infelizmente, se recorre a medicamentos para aplacar a dor de não saber.
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Quando eu crescer...
Essa semana a Publicidade esteve muito presente no meu dia-a-dia e, apesar disso, não me causou urticária, stress, dor de estômago...
Será que estou curada?!? hahahhaha
Primeiro um vídeo inspirador:
http://www.youtube.com/watch?v=ANoc0srXw3A
Depois um site:
http://www.propagandopropaganda.com/
E um blog - procurem o post do creme depilatório Veet - 3 anúncios muito bonitinhos:
http://www.agenoralessandro.blogger.com.br/2006_02_01_archive.html
E, pra terminar, mais um vídeo - qualquer um que já tenha trabalhado na área vai se identificar.
Ilustradores, arquitetos, e demais profissionais liberais garantem que com eles isso também acontece:
http://www.youtube.com/watch%3Fv%3DR2a8TRSgzZY
Divirtam-se!!!
obs.: O editor do blog está estranho hoje. Desculpem, mas os links não estão funcionando. Então: copy/paste!
Será que estou curada?!? hahahhaha
Primeiro um vídeo inspirador:
http://www.youtube.com/watch?v=ANoc0srXw3A
Depois um site:
http://www.propagandopropaganda.com/
E um blog - procurem o post do creme depilatório Veet - 3 anúncios muito bonitinhos:
http://www.agenoralessandro.blogger.com.br/2006_02_01_archive.html
E, pra terminar, mais um vídeo - qualquer um que já tenha trabalhado na área vai se identificar.
Ilustradores, arquitetos, e demais profissionais liberais garantem que com eles isso também acontece:
http://www.youtube.com/watch%3Fv%3DR2a8TRSgzZY
Divirtam-se!!!
obs.: O editor do blog está estranho hoje. Desculpem, mas os links não estão funcionando. Então: copy/paste!
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Astrologando..
Na última sexta-feira - aquela do esquecimento do post - eu tava fazendo um mapa astral especial, do meu sobrinho querido - Guilherme - e me deu muito o que pensar...
Primeiro: o quanto eu conseguiria ser "imparcial" na análise de um mapa de alguém tão próximo?
Segundo: Ele nasceu há 17 anos, morou comigo por 12, mas será que eu realmente conheço essa pessoa?
Passado esse questionamento, aceito a demanda semiótica e resolvo descrever o Ascendente, que no caso desse taurino, está no signo de Capricórnio.
Pensando em como explicar o que isso tudo significa, me deparei com um objeto interessante para sintetizar esse posicionamento: o "cabide".
Temos ali evidente a estrutura óssea - os ossos aparecem.
Mais, o cabide desde o começo já é util, prático, funcional, e daí, vai servir para acomodar as "roupas" - as imagens que são necessárias para lidar com o mundo.
E, para especificar melhor o tipo de vestuário, descrevi as "roupas" relacionadas aos planetas na Casa 1, em aspectos com o Ascendente, à posição de Saturno e seus aspectos, enfim, tudo que dinamiza aquele ponto do mapa.
Enfim, ficou bom... ficou claro... ficou simpático... não que isso seja algo que importe a um Ascendente em Capricórnio, né... hahahha
Sabe que nunca tinha me passado pela cabeça a questão da versatilidade num Ascendente Caprica, afinal, Caprica é Caprica: duro, seco, obstinado... Mas, quando se leva em conta a relação social, com o mundo externo, o Caprica sabe muito como se adaptar, justamente para permanecer...
Versatilidade, utilidade, funcionalidade, tudo que um cabide pode ser, e sem aparecer demais (e nem desaparecer).
Outro dia vi num dos blogs de decoração uma idéia de cabide revestido com almofada e decorado, dava para colocar bijouterias... eu mesma, pendurei meus colares em cabides de lingerie, aqueles de acrílico pequenos, e pendurei num prego dentro do armário... eu vejo o que quero, eles não se engancham... já coloquei alguns lenços menores ali também.. ou seja, serve muito à "personalidade" que tem que se mostrar.. especialmente por ser uma estrutura, uma forma para aquilo que traz significado, sentido, conteúdo...
Primeiro: o quanto eu conseguiria ser "imparcial" na análise de um mapa de alguém tão próximo?
Segundo: Ele nasceu há 17 anos, morou comigo por 12, mas será que eu realmente conheço essa pessoa?
Passado esse questionamento, aceito a demanda semiótica e resolvo descrever o Ascendente, que no caso desse taurino, está no signo de Capricórnio.
Pensando em como explicar o que isso tudo significa, me deparei com um objeto interessante para sintetizar esse posicionamento: o "cabide".
Temos ali evidente a estrutura óssea - os ossos aparecem.
Mais, o cabide desde o começo já é util, prático, funcional, e daí, vai servir para acomodar as "roupas" - as imagens que são necessárias para lidar com o mundo.
E, para especificar melhor o tipo de vestuário, descrevi as "roupas" relacionadas aos planetas na Casa 1, em aspectos com o Ascendente, à posição de Saturno e seus aspectos, enfim, tudo que dinamiza aquele ponto do mapa.
Enfim, ficou bom... ficou claro... ficou simpático... não que isso seja algo que importe a um Ascendente em Capricórnio, né... hahahha
Sabe que nunca tinha me passado pela cabeça a questão da versatilidade num Ascendente Caprica, afinal, Caprica é Caprica: duro, seco, obstinado... Mas, quando se leva em conta a relação social, com o mundo externo, o Caprica sabe muito como se adaptar, justamente para permanecer...
Versatilidade, utilidade, funcionalidade, tudo que um cabide pode ser, e sem aparecer demais (e nem desaparecer).
Outro dia vi num dos blogs de decoração uma idéia de cabide revestido com almofada e decorado, dava para colocar bijouterias... eu mesma, pendurei meus colares em cabides de lingerie, aqueles de acrílico pequenos, e pendurei num prego dentro do armário... eu vejo o que quero, eles não se engancham... já coloquei alguns lenços menores ali também.. ou seja, serve muito à "personalidade" que tem que se mostrar.. especialmente por ser uma estrutura, uma forma para aquilo que traz significado, sentido, conteúdo...
A semana passada, passou...
Pois é.. o prometido era um post por sexta e cometi o primeiro ato aflho esquecendo de escrever na semana passada.. pois bem.. hoje tem!
sexta-feira, 8 de maio de 2009
News
Bom, nesse clima de jornalismo, não resisti e vou repassar duas notícias para levantar uma reflexão das soluções e problemas que vivemos diariamente.
NEWS I - O Coldplay vai disponibilizar um disco ao vivo (para baixar na internet) para os fãs que forem aos shows. Dizem que essa atitude é uma forma de agradecer quem, mesmo diante da crise, ainda vai ao show.
Bom, talvez eles estejam criando aí uma forma de pensar o 'ganhar dinheiro na internet', tão cobiçado pelos publicitários.
Sem dúvida as vendas crescem com a internet, especialmente quando se trata de bens de cultura que hoje são consumidos como produtos de supermercado.
Dá pra pensar então, que se você "paga 1 e leva 2", na lógica interna daquele produto houve uma redistribuição de renda. Logo, isso pode apontar para uma saída financeiramente interessante.
A internet é propagada como o meio mais democrático (e talvez seja).
Uma boa democracia pede, não apenas a possibilidade da expressão de idéias, mas o usufruto de bens... Apesar dessa idéia parecer totalmente capitalista (hahaha)... proponho pensar sobre a redistribuição de renda, que talvez comece no seio do produto, na sua lógica interna de quanto vale e como é vendido, e termine num modo de funcionamento do consumidor. Me parece bem utópico isso, mas acredito que tenha uma nova forma de pensar bens, lucros, consumos e renda.
Meus amigos vão me achar uma vendida.. hahahah... o que está posto deve ser pensado e não idealmente combatido.
NEWS II - O pessoal da Receita Federal decidiu não desenvolver o programa 'Receitanet' para o sistema operacional Linus.
Eles alegam que a maioria usa Windows e por isso não vale o investimento com o desenvolvimento de um novo software.
Interessante isso, temos aí "quem pode, pode!" Essa é mais para indignar e refletir.
Essas duas notícias mostram um pouco da confusão nesse começo de século XXI, uns com a lógica da exclusão, da maioria e outros com busca da inclusão, da minoria, mas todos sem saber direito o que e como fazer.
Durante a semana os posts serão diários, comentando o Congresso de Jornalismo Cultural.
NEWS I - O Coldplay vai disponibilizar um disco ao vivo (para baixar na internet) para os fãs que forem aos shows. Dizem que essa atitude é uma forma de agradecer quem, mesmo diante da crise, ainda vai ao show.
Bom, talvez eles estejam criando aí uma forma de pensar o 'ganhar dinheiro na internet', tão cobiçado pelos publicitários.
Sem dúvida as vendas crescem com a internet, especialmente quando se trata de bens de cultura que hoje são consumidos como produtos de supermercado.
Dá pra pensar então, que se você "paga 1 e leva 2", na lógica interna daquele produto houve uma redistribuição de renda. Logo, isso pode apontar para uma saída financeiramente interessante.
A internet é propagada como o meio mais democrático (e talvez seja).
Uma boa democracia pede, não apenas a possibilidade da expressão de idéias, mas o usufruto de bens... Apesar dessa idéia parecer totalmente capitalista (hahaha)... proponho pensar sobre a redistribuição de renda, que talvez comece no seio do produto, na sua lógica interna de quanto vale e como é vendido, e termine num modo de funcionamento do consumidor. Me parece bem utópico isso, mas acredito que tenha uma nova forma de pensar bens, lucros, consumos e renda.
Meus amigos vão me achar uma vendida.. hahahah... o que está posto deve ser pensado e não idealmente combatido.
NEWS II - O pessoal da Receita Federal decidiu não desenvolver o programa 'Receitanet' para o sistema operacional Linus.
Eles alegam que a maioria usa Windows e por isso não vale o investimento com o desenvolvimento de um novo software.
Interessante isso, temos aí "quem pode, pode!" Essa é mais para indignar e refletir.
Essas duas notícias mostram um pouco da confusão nesse começo de século XXI, uns com a lógica da exclusão, da maioria e outros com busca da inclusão, da minoria, mas todos sem saber direito o que e como fazer.
Durante a semana os posts serão diários, comentando o Congresso de Jornalismo Cultural.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
Post III
Na semana que vem estarei no I Congresso de Jornalismo Cultural.
"OS CAMINHOS DO JORNALISMO CULTURAL
Projeções indicam que o mercado mundial de bens culturais vai crescer o dobro do PIB global nos próximos 10 anos e que o Brasil é um dos líderes desse crescimento.
O projeto visa promover a reflexão e o debate sobre o pensamento contemporâneo, as várias identidades culturais e o espaço nas publicações para a difusão dessa diversidade.
As palestras serão ministradas por profissionais reconhecidos no meio acadêmico e ícones do jornalismo cultural.
A programação inclui painéis de crítica musical, literatura, cinema, televisão, internet, teatro. O desenvolvimento da linguagem, pauta, edição e a formação do jornalista cultural."
http://www.espacorevistacult.com.br/congresso/default.html
Os palestrantes são profissionais e pesquisadores de áreas diversas e participar de discussões desse tipo é fundamental para quem trabalha com pessoas, afinal, a mídia hoje é o grande definidor da moral, dos ideais, e da forma de viver, pensar e sentir no mundo.
"OS CAMINHOS DO JORNALISMO CULTURAL
Projeções indicam que o mercado mundial de bens culturais vai crescer o dobro do PIB global nos próximos 10 anos e que o Brasil é um dos líderes desse crescimento.
O projeto visa promover a reflexão e o debate sobre o pensamento contemporâneo, as várias identidades culturais e o espaço nas publicações para a difusão dessa diversidade.
As palestras serão ministradas por profissionais reconhecidos no meio acadêmico e ícones do jornalismo cultural.
A programação inclui painéis de crítica musical, literatura, cinema, televisão, internet, teatro. O desenvolvimento da linguagem, pauta, edição e a formação do jornalista cultural."
http://www.espacorevistacult.com.br/congresso/default.html
Os palestrantes são profissionais e pesquisadores de áreas diversas e participar de discussões desse tipo é fundamental para quem trabalha com pessoas, afinal, a mídia hoje é o grande definidor da moral, dos ideais, e da forma de viver, pensar e sentir no mundo.
Post II
Pra quem ainda não sabe, o Espaço Unibanco tem ótimos cursos de cinema.
São cursos curtos, com professores interessantes, com o intuito de ampliar o olhar sobre a Sétima Arte.
Há dois anos fiz o Curso Mito e Cinema com a Ana Figueiredo e foi um mergulho na magia do cinema que há muito tinha se perdido num olhar voltado à análise e à crítica. FOI MARAVILHOSO!!!
E hoje vou divulgar o novo curso dela, continuando na linha da Mitologia Cinematográfica, sem intenção de desvendar esses mitos, mas oferecendo a retomada da solução narrativa que eles nos proporcionam.

Esse provavelmente eu farei e viverei momentos indescritíveis nas manhãs de sábado.
São cursos curtos, com professores interessantes, com o intuito de ampliar o olhar sobre a Sétima Arte.
Há dois anos fiz o Curso Mito e Cinema com a Ana Figueiredo e foi um mergulho na magia do cinema que há muito tinha se perdido num olhar voltado à análise e à crítica. FOI MARAVILHOSO!!!
E hoje vou divulgar o novo curso dela, continuando na linha da Mitologia Cinematográfica, sem intenção de desvendar esses mitos, mas oferecendo a retomada da solução narrativa que eles nos proporcionam.
Esse provavelmente eu farei e viverei momentos indescritíveis nas manhãs de sábado.
Post I
Depois da seriedade dos últimos posts, hoje vou dar três dicas bem interessantes.
A primeira é a Promoção do site Astrologia Andaluz, do João Acuio.
É a primeira rifa virtual, onde você compra seu n° por R$ 10,00 e concorre a 20 prêmios: 10 livros "Céu em Transe" (com o ótimo trabalho de análise do "Cavaleiro de Gotham City") + 10 mapas astrológicos.
Pra quem ainda não conhece o João, ele é um astrólogo de Curitiba com um trabalho voltado para a análise astrológica nos movimentos culturais com um estilo bem interessante.
Pra conhecer mais (visite e divirta-se!)
http://acuio.virgula.uol.com.br/index.php
Para comprar sua rifa (eu já comprei a minha e tô fazendo figuinha...)
http://acuio.virgula.uol.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2074:10-mapas-10-livros&catid=126:20-premios-10-mapas--10-livros&Itemid=205
A primeira é a Promoção do site Astrologia Andaluz, do João Acuio.
É a primeira rifa virtual, onde você compra seu n° por R$ 10,00 e concorre a 20 prêmios: 10 livros "Céu em Transe" (com o ótimo trabalho de análise do "Cavaleiro de Gotham City") + 10 mapas astrológicos.
Pra quem ainda não conhece o João, ele é um astrólogo de Curitiba com um trabalho voltado para a análise astrológica nos movimentos culturais com um estilo bem interessante.
Pra conhecer mais (visite e divirta-se!)
http://acuio.virgula.uol.com.br/index.php
Para comprar sua rifa (eu já comprei a minha e tô fazendo figuinha...)
http://acuio.virgula.uol.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2074:10-mapas-10-livros&catid=126:20-premios-10-mapas--10-livros&Itemid=205
sexta-feira, 24 de abril de 2009
Ainda em: quem tem posse do corpo da mulher...
Hoje, vou usar um filme que assisti recentemente para continuar as reflexões da semana passada.
"Vicky Cristina Barcelona", do Woody Allen, é realmente bem interessante, aliás, como a maioria dos filmes dele. E esse traz sutilezas que merecem ser descritas.
Sim, tudo é um grande estereótipo, como manda o jeito de ser Americano... Por isso a escolha tão bem feita das locações, atores, enfim ali a mágica do romance acontece.
Ops, nem tanto... pois tudo está ali, a possibilidade da realização dos desejos, mas algo escorrega e a "segurança" do estereótipo escapa.
Nisso o filme é muito bom, porque a imagem que cada personagem comprou para viver um desejo, se apresenta o tempo todo como falível. Quem teve esse olhar percebeu que tudo some: cenários, locações.... E, a riqueza dos personagens emerge, pois tão eficientes nos seus discursos, falham, e se denúnciam nos próprios atos.
Sinopses e críticas podem ser encontradas em outros sites e blogs, então aqui quero ressaltar poucos pontos relacionados às personagens femininas e seus corpos.
São quatro mulheres, cada uma com sua personalidade e singularidade. As soluções psiquicas são distintas: uma romântica e pragmática, outra impulsiva e artistica, outra ainda comedida e frustrada, e por último a passional. Enfim, para um homem, esse quarteto sugere a completude da feminilidade, resume Uma Mulher.
Mas, qualquer mulher sabe que, por trás de cada uma dessas descrições existem muitas outras possibilidades, tantas e tão diversas que não se encerrariam nem em milhões de palavras.
Aí, vem o corpo. O corpo de cada uma delas está ali, sempre entregue a um homem ou outro, buscando que ele saiba o que fazer para lhe dar prazer.
Supomos que o Homem sabe o que fazer com seu corpo, ele tem esse domínio do próprio corpo e, se entregarmos o nosso corpo desejável a eles, eles saberão o que fazer também. Será?!?
O filme ilustra muito bem como isso não funciona. As tentativas foram só mais uma entre tantas outras. Cada uma se recolhe no seu próprio corpo e caminha para a retomada de suas próprias vidas, na esperança do encontro de um novo "outro" que lhes dê a definição plena do que é ser si mesma e que isso acalme tantos impulsos angustiantes.
"Vicky Cristina Barcelona", do Woody Allen, é realmente bem interessante, aliás, como a maioria dos filmes dele. E esse traz sutilezas que merecem ser descritas.
Sim, tudo é um grande estereótipo, como manda o jeito de ser Americano... Por isso a escolha tão bem feita das locações, atores, enfim ali a mágica do romance acontece.
Ops, nem tanto... pois tudo está ali, a possibilidade da realização dos desejos, mas algo escorrega e a "segurança" do estereótipo escapa.
Nisso o filme é muito bom, porque a imagem que cada personagem comprou para viver um desejo, se apresenta o tempo todo como falível. Quem teve esse olhar percebeu que tudo some: cenários, locações.... E, a riqueza dos personagens emerge, pois tão eficientes nos seus discursos, falham, e se denúnciam nos próprios atos.
Sinopses e críticas podem ser encontradas em outros sites e blogs, então aqui quero ressaltar poucos pontos relacionados às personagens femininas e seus corpos.
São quatro mulheres, cada uma com sua personalidade e singularidade. As soluções psiquicas são distintas: uma romântica e pragmática, outra impulsiva e artistica, outra ainda comedida e frustrada, e por último a passional. Enfim, para um homem, esse quarteto sugere a completude da feminilidade, resume Uma Mulher.
Mas, qualquer mulher sabe que, por trás de cada uma dessas descrições existem muitas outras possibilidades, tantas e tão diversas que não se encerrariam nem em milhões de palavras.
Aí, vem o corpo. O corpo de cada uma delas está ali, sempre entregue a um homem ou outro, buscando que ele saiba o que fazer para lhe dar prazer.
Supomos que o Homem sabe o que fazer com seu corpo, ele tem esse domínio do próprio corpo e, se entregarmos o nosso corpo desejável a eles, eles saberão o que fazer também. Será?!?
O filme ilustra muito bem como isso não funciona. As tentativas foram só mais uma entre tantas outras. Cada uma se recolhe no seu próprio corpo e caminha para a retomada de suas próprias vidas, na esperança do encontro de um novo "outro" que lhes dê a definição plena do que é ser si mesma e que isso acalme tantos impulsos angustiantes.
sexta-feira, 17 de abril de 2009
Por que a mulher ainda não é dona do seu corpo?
Há três semanas vi uma cena curiosa e que me fez pensar em fazer esse post.
Acredito que é o primeiro de muitos aprimorando essa investigação, pois confesso que ainda não decifrei os elementos que responderão essa pergunta.
A CENA:
Ouço uma gritaria ao longe, olho na janela da sala e vejo um trio na esquina, dois garotos e uma garota.
Ela: silenciosa, mas com uma cara de desafio constante.
Eles: o mais jovem, perdido... o mais velho, machão.
Machão grita daqui, grita dali e nenhum movimento...
Ela, "cansa" e resolve seguir seu caminho... e nessa, o machão, resolve rasgar a blusa dela, numa ação típica de quem tem a posse e o domínio...
PAUSA - escrevendo "domínio", cometo um lapso interessante e escrevo "demônio".. haha
Voltando: essa agressão a surpreende, mas tbm lhe tira o olhar desafiador... ela aceita a posição subjugada.
Ele fica mais enfurecido, ou mais confiante, ataca umas coisas nela, a empurra pra dentro do carro e sai cantando pneu.
O outro garoto, vai em outra direção... sem nenhuma expressão.
Vendo essa cena, só pensava numa questão: Por que a mulher ainda não é dona do próprio corpo?
O homem ainda se sente no lugar de tomar o corpo da mulher como seu objeto de gozo, que na maioria das vezes é mais um gozo sádico e violento.
Claramente um sintoma da nossa época... Mas será que com o excesso de corpo exposto, a mulher fica mais distante ainda dessa posse?
Bom, à medida que as percepções sobre esse assunto forem aparencendo, vou escrevendo aqui.
Acredito que é o primeiro de muitos aprimorando essa investigação, pois confesso que ainda não decifrei os elementos que responderão essa pergunta.
A CENA:
Ouço uma gritaria ao longe, olho na janela da sala e vejo um trio na esquina, dois garotos e uma garota.
Ela: silenciosa, mas com uma cara de desafio constante.
Eles: o mais jovem, perdido... o mais velho, machão.
Machão grita daqui, grita dali e nenhum movimento...
Ela, "cansa" e resolve seguir seu caminho... e nessa, o machão, resolve rasgar a blusa dela, numa ação típica de quem tem a posse e o domínio...
PAUSA - escrevendo "domínio", cometo um lapso interessante e escrevo "demônio".. haha
Voltando: essa agressão a surpreende, mas tbm lhe tira o olhar desafiador... ela aceita a posição subjugada.
Ele fica mais enfurecido, ou mais confiante, ataca umas coisas nela, a empurra pra dentro do carro e sai cantando pneu.
O outro garoto, vai em outra direção... sem nenhuma expressão.
Vendo essa cena, só pensava numa questão: Por que a mulher ainda não é dona do próprio corpo?
O homem ainda se sente no lugar de tomar o corpo da mulher como seu objeto de gozo, que na maioria das vezes é mais um gozo sádico e violento.
Claramente um sintoma da nossa época... Mas será que com o excesso de corpo exposto, a mulher fica mais distante ainda dessa posse?
Bom, à medida que as percepções sobre esse assunto forem aparencendo, vou escrevendo aqui.
sexta-feira, 10 de abril de 2009
Comunicação Eficiente
Então, "O" post de hoje é sobre a Campanha Aquecimento Global 2009 - HORA DO PLANETA - que aconteceu no dia 28 de março.
Diante das ocorrências - comercial de tv, entrevistas de rádio, reportagens na tv, comentários de pessoas comuns na rua - pensei em fazer observações sobre Comunicação e Semiótica (com pitadas de Psicanálise), refletindo sobre a eficiência da campanha publicitária do evento citado.
O primeiro filme: http://www.youtube.com/watch?v=rNG8gpHAtpc
O segundo filme: http://www.youtube.com/watch?v=r5KfsyS1ogk&NR=1
A Publicidade conta com textos sintéticos e estratégicos para atingir a maior mensagem na menor duração de tempo - 30 segundos. Para isso, além da escolha precisa das palavras, utiliza elementos preciosos com significados específicos que complementam o que não está nas palavras. Além do cenário, figurino, objetos, atores certos, as expressões de emoções também contribuem para a eficiência da mensagem. E, para completar todo esse conjunto, música e elementos sonoros (ou silêncio completo).
Vimos nos comerciais acima, a opção pelo FOGO como signo de unificação da Campanha, além de celebridades brasileiras, tanto da área artística, como esportiva, para dar maior credibilidade.
O Fogo, esse elemento instigador e destruidor, assustador pela sua magnitude e fundamental para o desenvolvimento da Humanidade.
Curioso que agora esteja colocado como "vilão" de um processo de devastação do planeta.
Afinal, quanto o homem usou desse elemento mágico e se excedeu diante desse fascínio? Será que a responsabilidade por atos e excessos são percebidas apesar do narcisismo constitutivo de cada um de nós?
Apesar do primeiro comercial já mostrar "O" signo de assinatura da Campanha, um globo do planeta Terra com uma vela acesa no seu centro , não fica clara a relação dos dois comerciais como dois momentos da mesma campanha. Isso devido ao clima mais fúnebre e ameaçador do primeiro, e com a "solução" nessa ação coletiva, uma certa tranquilização no segundo. Mesmo com cenários sem elementos, iluminação fraca, atores conhecidos (voz ou corpo), ainda assim as construções narrativas dos dois filmes não nos levam a associá-los como dois momentos de uma mesma comunicação.
A vela no centro do globo planetário - uma coisa fálica declaradamente, nesses tempos de declínio da figura paterna, nada mais conveniente do que retomar a forma fálica como "único" elemento para um futuro dAs trevas.
Temos acima alguns poucos referentes necessários para o que vem a seguir, e é importante parar agora para que o excesso não torne tudo isso muito massante.
Em entrevistas no Rádio, uma das pessoas responsáveis pela organização da ação, se dizia esperançosa pelo sucesso da Campanha antes do evento. E, muito feliz pelo números de cidades e pessoas que tinham aderido à Campanha, que ela dizia, realmente ter sido um sucesso, alguns dias depois.
Mas como realmente a gente sabe da eficiência de alguma campanha? É o público que diz se aquilo "deu certo ou não".
Não com pesquisas que direcionam a resposta através da intenção da pergunta, mas de comentários ocasionais, sem muita reflexão sobre o tema.
Felizmente pude comprovar a efeciência de todo esse envolvimento de pessoas, dinheiro, discursos, numa conversa muito interessante de senhoras na praia.
Disse uma delas: "e aí, você apagou a luz ontem à noite?"
E a outra respondeu: "apagar a luz? não, por quê?"
A primeira: "era pra apagar, eles mandaram, pra economizar..."
E a segunda: "que horas era pra apagar?"
Novamente a primeira: "as oito e meia da noite.."
E a segunda: "ah, esse horário eu tava na casa da fulana.. então não tava em casa.. então tava apagada.. então eu apaguei!" riu e completou: "mas se tem que apagar pra economizar, Eles tem que apagar tudo, apaga e pronto..."
A primeira complementa: "eles falam pra economizar, pq estamos gastando muito..."
Daí, a conversa se dissolve e elas começam a falar de outro assunto.. talvez uma festa junina que já estão planejando...
Curioso é que o tema Aquecimento Global está muito longe dos pensamentos delas...
Nosso entendimento imediato passa pelo nosso repertório pessoal, nosso histórico.
Ora, nós brasileiros vivemos há alguns anos um problema grave de falta de energia elétrica, aquele apagão e aquela crise de energia onde as pessoas evitavam carregar seus celulares em casa para não pagar multa por gastar energia em excesso.
E, afinal, uma vela serve para iluminar quando falta luz em casa.
Fiquei pensando em como aquele elemento, tão poderoso, firme, fogoso, pôde causar uma distorção considerável na intenção inicial de toda uma campanha.
Se fizermos diversas associações chegamos na tal falta de energia, mas não era disso que se tratava, e as pessoas comuns, que vivem suas vidas sem grandes mobilizações com o "planeta", nem chegam a pensar do que se trata todo esse discurso de salvar o planeta. O importante é como chegar no final do mês, do ano, da vida, com energia suficiente para continuar enxergando o próximo passo.
Para pensar:
O século XX foi marcado por diversos mitos, em especial a ciência como reveladora da "verdade".
Nesse começo do século XXI, certamente os grandes mitos que nos movimentam são o 'salvamento do planeta' e o 'bem-estar'.
Vivemos uma retificação das ações passadas. Certamente um sintoma é a sensação de que causamos algo e estamos "sofrendo com isso". Nos envolvemos com causas coleitvas sem muita reflexão, somente para nos encaixarmos em um grupo definido, com um propósito claro e nobre.
Sugiro pensarmos numa coisa humana - A CULPA - que talvez nesse assunto (aquecimento / fogo) seja pelo excesso dos antigos (Pais ?), e que deve ser incessantemente reparada pelos atuais (Filhos ?), em repetição ao eterno cenário familiar do sujeito humano e seu desejo.
Diante das ocorrências - comercial de tv, entrevistas de rádio, reportagens na tv, comentários de pessoas comuns na rua - pensei em fazer observações sobre Comunicação e Semiótica (com pitadas de Psicanálise), refletindo sobre a eficiência da campanha publicitária do evento citado.
O primeiro filme: http://www.youtube.com/watch?v=rNG8gpHAtpc
O segundo filme: http://www.youtube.com/watch?v=r5KfsyS1ogk&NR=1
A Publicidade conta com textos sintéticos e estratégicos para atingir a maior mensagem na menor duração de tempo - 30 segundos. Para isso, além da escolha precisa das palavras, utiliza elementos preciosos com significados específicos que complementam o que não está nas palavras. Além do cenário, figurino, objetos, atores certos, as expressões de emoções também contribuem para a eficiência da mensagem. E, para completar todo esse conjunto, música e elementos sonoros (ou silêncio completo).
Vimos nos comerciais acima, a opção pelo FOGO como signo de unificação da Campanha, além de celebridades brasileiras, tanto da área artística, como esportiva, para dar maior credibilidade.
O Fogo, esse elemento instigador e destruidor, assustador pela sua magnitude e fundamental para o desenvolvimento da Humanidade.
Curioso que agora esteja colocado como "vilão" de um processo de devastação do planeta.
Afinal, quanto o homem usou desse elemento mágico e se excedeu diante desse fascínio? Será que a responsabilidade por atos e excessos são percebidas apesar do narcisismo constitutivo de cada um de nós?
Apesar do primeiro comercial já mostrar "O" signo de assinatura da Campanha, um globo do planeta Terra com uma vela acesa no seu centro , não fica clara a relação dos dois comerciais como dois momentos da mesma campanha. Isso devido ao clima mais fúnebre e ameaçador do primeiro, e com a "solução" nessa ação coletiva, uma certa tranquilização no segundo. Mesmo com cenários sem elementos, iluminação fraca, atores conhecidos (voz ou corpo), ainda assim as construções narrativas dos dois filmes não nos levam a associá-los como dois momentos de uma mesma comunicação.
A vela no centro do globo planetário - uma coisa fálica declaradamente, nesses tempos de declínio da figura paterna, nada mais conveniente do que retomar a forma fálica como "único" elemento para um futuro dAs trevas.
Temos acima alguns poucos referentes necessários para o que vem a seguir, e é importante parar agora para que o excesso não torne tudo isso muito massante.
Em entrevistas no Rádio, uma das pessoas responsáveis pela organização da ação, se dizia esperançosa pelo sucesso da Campanha antes do evento. E, muito feliz pelo números de cidades e pessoas que tinham aderido à Campanha, que ela dizia, realmente ter sido um sucesso, alguns dias depois.
Mas como realmente a gente sabe da eficiência de alguma campanha? É o público que diz se aquilo "deu certo ou não".
Não com pesquisas que direcionam a resposta através da intenção da pergunta, mas de comentários ocasionais, sem muita reflexão sobre o tema.
Felizmente pude comprovar a efeciência de todo esse envolvimento de pessoas, dinheiro, discursos, numa conversa muito interessante de senhoras na praia.
Disse uma delas: "e aí, você apagou a luz ontem à noite?"
E a outra respondeu: "apagar a luz? não, por quê?"
A primeira: "era pra apagar, eles mandaram, pra economizar..."
E a segunda: "que horas era pra apagar?"
Novamente a primeira: "as oito e meia da noite.."
E a segunda: "ah, esse horário eu tava na casa da fulana.. então não tava em casa.. então tava apagada.. então eu apaguei!" riu e completou: "mas se tem que apagar pra economizar, Eles tem que apagar tudo, apaga e pronto..."
A primeira complementa: "eles falam pra economizar, pq estamos gastando muito..."
Daí, a conversa se dissolve e elas começam a falar de outro assunto.. talvez uma festa junina que já estão planejando...
Curioso é que o tema Aquecimento Global está muito longe dos pensamentos delas...
Nosso entendimento imediato passa pelo nosso repertório pessoal, nosso histórico.
Ora, nós brasileiros vivemos há alguns anos um problema grave de falta de energia elétrica, aquele apagão e aquela crise de energia onde as pessoas evitavam carregar seus celulares em casa para não pagar multa por gastar energia em excesso.
E, afinal, uma vela serve para iluminar quando falta luz em casa.
Fiquei pensando em como aquele elemento, tão poderoso, firme, fogoso, pôde causar uma distorção considerável na intenção inicial de toda uma campanha.
Se fizermos diversas associações chegamos na tal falta de energia, mas não era disso que se tratava, e as pessoas comuns, que vivem suas vidas sem grandes mobilizações com o "planeta", nem chegam a pensar do que se trata todo esse discurso de salvar o planeta. O importante é como chegar no final do mês, do ano, da vida, com energia suficiente para continuar enxergando o próximo passo.
Para pensar:
O século XX foi marcado por diversos mitos, em especial a ciência como reveladora da "verdade".
Nesse começo do século XXI, certamente os grandes mitos que nos movimentam são o 'salvamento do planeta' e o 'bem-estar'.
Vivemos uma retificação das ações passadas. Certamente um sintoma é a sensação de que causamos algo e estamos "sofrendo com isso". Nos envolvemos com causas coleitvas sem muita reflexão, somente para nos encaixarmos em um grupo definido, com um propósito claro e nobre.
Sugiro pensarmos numa coisa humana - A CULPA - que talvez nesse assunto (aquecimento / fogo) seja pelo excesso dos antigos (Pais ?), e que deve ser incessantemente reparada pelos atuais (Filhos ?), em repetição ao eterno cenário familiar do sujeito humano e seu desejo.
Teste: que música do Los Hermanos você é..
Hoje é dia de post? Então vamos lá...
Claro que não vai ser um só... hahahha... aliás, tive tantas idéias que tem uma listinha na agenda, para cada sexta-feira do mês...
"O" post de hoje já já aparece, mas por enquanto vamos pelas futilidades, afinal faz parte do propósito do blog, assim como do twitter, msn, orkut, comunidades virtuais onde você "mantém" contato e se exibe...hahahha
Tava lá, no portal do Yahoo, blog de alguém com um teste sobre qual a música do Los Hermanos que você é... Resolvi fazer, afinal, os Los Hermanos são bacanas...
Link para a "promoção", ops, blog... hahahah... (Valeu a lembrança BruNêra!) :
http://www.nerdssomosnozes.com/2009/04/que-musica-dos-los-hermanos-voce-e.html
Resultado do meu teste:

Que música do los hermanos é você?
Trazido a você por soul/>http://slfr.blogspot.com>Soul Fire
Claro que não vai ser um só... hahahha... aliás, tive tantas idéias que tem uma listinha na agenda, para cada sexta-feira do mês...
"O" post de hoje já já aparece, mas por enquanto vamos pelas futilidades, afinal faz parte do propósito do blog, assim como do twitter, msn, orkut, comunidades virtuais onde você "mantém" contato e se exibe...hahahha
Tava lá, no portal do Yahoo, blog de alguém com um teste sobre qual a música do Los Hermanos que você é... Resolvi fazer, afinal, os Los Hermanos são bacanas...
Link para a "promoção", ops, blog... hahahah... (Valeu a lembrança BruNêra!) :
http://www.nerdssomosnozes.com/2009/04/que-musica-dos-los-hermanos-voce-e.html
Resultado do meu teste:
Que música do los hermanos é você?
Trazido a você por soul/>http://slfr.blogspot.com>Soul Fire
sexta-feira, 3 de abril de 2009
Mundos Paralelos
Nas últimas semanas as notícias dos jornais do mundo anunciavam duas criações típicas do século XXI: robôs!
Vendo as fotos das criações (ou já seriam criaturas ?) e lendo sobre as "intenções" dos criadores, não tem como não lembrar de E.T.A. Hoffmann e um dos seus contos fantásticos: "The Sandman", e fazer alguns questionamentos...
Olhem os links abaixo:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u538925.shtml
http://bemcapaz.net/tecnologia/honda-mostra-aparelho-para-controlar-robo-com-o-pensamento/
Quando Hoffmann escreve esse conto, tudo se passa de maneira fantástica, imaginativa, num mundo onde realidade e ficção só se misturam nos devaneios do leitor.
E é justamente por isso que causam emoção, ativavando nossas memórias mais arcaicas, desejos e incitam uma experiência mística, onde projeções e fantasias que se misturam e provocam afetação.
Agora o fantástico saiu das páginas literárias e entrou nos cadernos de tecnologia dos jornais. Deixou seu espaço de causação e passou para um lugar onde "é tudo verdade", nos exigindo uma nova organização mental e subjetiva, onde o que afeta perde o sentido de afetar e dá lugar ao conviver.
Sim, é um indicativo do pós-humano, onde homem e máquina se misturam, se unem, sem que se saiba quem comanda quem.
* quem quiser saber mais do conto "The Sandman" - http://www6.ufrgs.br/psicopatologia/homemdeareia/
Vendo as fotos das criações (ou já seriam criaturas ?) e lendo sobre as "intenções" dos criadores, não tem como não lembrar de E.T.A. Hoffmann e um dos seus contos fantásticos: "The Sandman", e fazer alguns questionamentos...
Olhem os links abaixo:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/informatica/ult124u538925.shtml
http://bemcapaz.net/tecnologia/honda-mostra-aparelho-para-controlar-robo-com-o-pensamento/
Quando Hoffmann escreve esse conto, tudo se passa de maneira fantástica, imaginativa, num mundo onde realidade e ficção só se misturam nos devaneios do leitor.
E é justamente por isso que causam emoção, ativavando nossas memórias mais arcaicas, desejos e incitam uma experiência mística, onde projeções e fantasias que se misturam e provocam afetação.
Agora o fantástico saiu das páginas literárias e entrou nos cadernos de tecnologia dos jornais. Deixou seu espaço de causação e passou para um lugar onde "é tudo verdade", nos exigindo uma nova organização mental e subjetiva, onde o que afeta perde o sentido de afetar e dá lugar ao conviver.
Sim, é um indicativo do pós-humano, onde homem e máquina se misturam, se unem, sem que se saiba quem comanda quem.
* quem quiser saber mais do conto "The Sandman" - http://www6.ufrgs.br/psicopatologia/homemdeareia/
"Back Again" - em homenagem aos velhos e novos tempos....
Resolvi twitar a partir de hoje, apesar de já fazer isso há bastante tempo, através de outras ferramentas.... e-mails, msn, orkut, telefone, carta, telepatia... hahhaha.....
"Curiosamente" assumi um nome antigo, da época em que se twitava de forma muito mais primitiva e nas madrugadas... era tudo tão divertido que talvez o nome conserve o clima de amenidades, diversão e claro net, net-work.
Daí, minha amiga Fábia, e seu maravilhoso mercúrio em aquário, me botou uma duracell nas costas e resolvi batucar... agora vai.. vou escrever disciplinadamente.. claro, pra entretenimento, exercícios manuais, mentais... e acima de tudo para comentar mais abertamente o que circula pelos e-mails do yahoo....
Meu compromisso é atualizar esse blog semanalmente: toda sexta um post!
Vamos lá... o dessa semana tá logo acima...
"Curiosamente" assumi um nome antigo, da época em que se twitava de forma muito mais primitiva e nas madrugadas... era tudo tão divertido que talvez o nome conserve o clima de amenidades, diversão e claro net, net-work.
Daí, minha amiga Fábia, e seu maravilhoso mercúrio em aquário, me botou uma duracell nas costas e resolvi batucar... agora vai.. vou escrever disciplinadamente.. claro, pra entretenimento, exercícios manuais, mentais... e acima de tudo para comentar mais abertamente o que circula pelos e-mails do yahoo....
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