Já reparou como muitas pessoas, focadas no seu narcisismo, perdem a dimensão da experiência?
Tenho pensado e falado nisso há algum tempo, pois ouço pessoas falando de situações rotineiras e banais, mesmo quando o outro a quem se referem já não faz mais parte daquele espaço onde antes era tela projetiva.
Esse tipo de funcionamento geralmente vem atrelado a alguma paixão, mas paixão por si mesmo, como bem indica o termo 'narcisismo'.
A pessoa, apaixonada pela sua fantasia, vive aquele dilema sem notar que tudo a sua volta mudou.
Falando em Narciso, ele nos serve bem aqui, pois diz a lenda que o rapaz se apaixona pela própria imagem refletida na lagoa. Esse mito traz bem declarado esse amor pela fantasia, pela própria imagem refletida naquela tela, na qual a pessoa imagina ter alguém que a olha na mais íntima e verdadeira essência.
Mas, falo aqui da experiência, e essa precisa de realidade para existir, por mais que a realidade seja subjetiva.
Voltando aos básicos, se tomarmos a história de Narciso, lembramos que, de tanto ele olhar e perguntar para aquela linda imagem quem ela era, ele se perde na própria angústia de não obter respostas e mergulha de cabeça naquela lagoa, morrendo afogado.
Voltando um pouquinho, Narciso está lá,olhando para a própria imagem, acreditando ser um outro. Mas há um outro, o Sol que ilumina aquele ambiente possibilitando a imagem refletida. Outro que está atrás, aquele que oferece a Narciso uma paixão, uma visão, mas que nunca é olhado pelo pobre rapaz apaixonado.
Ora, dando uma certa mobilidade à história, Narciso poderia ter se apegado menos às perguntas rotineiras que ele insistia em fazer e pensar no que afinal é aquele elemento no qual a imagem estava refletida.
A água distorce, a água obscurece e dá opacidade. Desconfiar daquele ambiente, daquela bela verdade, viver o material da experiência possibilitaria a Narciso uma alternativa, mais comedido, mais reflexivo, mais mental, talvez ele teria sobrevivido.
Mas aí, seria outro história, pois se Narciso mudasse de posição, não morreria no encontro ao outro. Para ver o outro, para viver a experiência em sua dimensão maior, é preciso que o narcisismo morra.
Voltando ao mergulho... você pode mergulhar de cabeça, de pé, entrar devagar na água, prender a respiração com a mão, ou não. Enfim há diversos modos de mergulhar que indicam nossa entrega à paixão. Será?
Eu mergulho de pé, mas prefiro entrar devagar na água e só depois de envolvida por aquele ambiente, ir de cabeça.
Nesse calor, ficou com água na boca?
E você, mergulha como?
quinta-feira, 16 de dezembro de 2010
quarta-feira, 29 de setembro de 2010
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
Mito e Cinema Depois Daquele Encontro - e nunca mais fui o mesmo
Quem conhece, sabe que os cursos da Ana são experiências únicas, especiais, inspiradoras e imperdíveis.
Curso com Ana Figueiredo
Mito e Cinema Depois Daquele Encontro - e nunca mais fui o mesmo
de 16 de outubro a 12 de dezembro de 2010 - sábados das 10 às 13h30
no Espaço Unibanco de Cinema - Anexo da Rua Augusta, 1470 - SP
O mundo será sempre muito maior que nossa vã imaginação. Não há a possibilidade de cinema sem a qualidade do maravilhamento! Walter Salles Jr.
Este é um curso de Mito:
Os mitos me falam como reagir diante de certas crises de decepção e fracasso, diante do sucesso e do maravilhamento. Os mitos dizem onde estou. Joseph Campbell.
Este é um curso de Mito e Cinema:
O conflito é interior, da ordem do indizível; alguém sai de um ponto, atravessa uma geografia, encontra algo ou alguém que vai transformar o personagem - e o personagem da largada não é mais o mesmo depois da jornada. Walter Salles Jr.
A jornada - sempre uma partida, um preenchimento, um retorno - e a história da transformação da consciência. Joseph Campbell
Serão exibidos ou comentados trechos de filmes cujas imagens e narrativas e pequenos detalhes evoquem nosso tema central:
Mostrar fragmentos do todo; priorizar o detalhe, o sutil, a diferença. Assistindo ao todo se vê o fio da história, mas perde-se o detalhe. Walter Salles Jr.
Este é um curso de Mito e Cinema e o tema do Encontro - e depois, nunca mais se é o mesmo:
Se tivesse morrido antes de te conhecer, morreria muito mais velho do que serei quando chegar minha hora.
Quando já não se espera nada, encontrei o que faltava para passar a ter tudo. José Saramago
Como ser capaz de lidar e conter cada encontro?
Quando se sonha com um prazer extraordinário e a vida proporciona a oportunidade de poder encontrá-lo, deve-se estar disponível e também preparado para pagar um preço extraordinário a fim de obtê-lo e torná-lo real. Pedro Almodóvar
Mito e Cinema Depois Daquele Encontro faz uma homenagem ao cineasta Walter Salles Jr. Seus filmes estarão presentes em cada etapa deste curso, agora em sua nona edição no Espaço Unibanco de Cinema.
TEMAS E FILMES
16 de outubro
E nunca mais fui o mesmo depois daquele filme:
O Amante, La Nave Va , Cinema Paradiso, War and Dance
23 de outubro
Morada da Infância:
Ladrões de Bicicleta, A Testemunha, Central do Brasil, Stella, Preciosa
30 de outubro, 5 de novembro
Quebrando as regras do jogo: Um tanto de ousadia e rebeldia:
Vidas Amargas, Ensina-me a Viver, Abril Despedaçado, Vicky Cristina Barcelona, Lóki, Festa de Família
20 de novembro, 27 de novembro
Ser capaz de conter cada encontro:
Encontros e Desencontros, As Pontes de Madison, O Filho da Noiva, De Olhos Bem Fechados, Ervas Daninhas, A Partida, Beleza Americana, Midnight Cowboy
4 de dezembro
O encontro se dá nas brechas e frestas:
Último Tango em Paris, O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, Emma Bliss, London River
11 e 12 e dezembro
Cartas, Acordos e Abraços:
Mary e Max, História Real, Volver, Abraços Partidos, Paris Texas, José e Pilar
Carga horária: 36 horas
Informações e Inscrições: 11 3266.5115 / cursos@espacounibancosp.com.br
Curso com Ana Figueiredo
Mito e Cinema Depois Daquele Encontro - e nunca mais fui o mesmo
de 16 de outubro a 12 de dezembro de 2010 - sábados das 10 às 13h30
no Espaço Unibanco de Cinema - Anexo da Rua Augusta, 1470 - SP
O mundo será sempre muito maior que nossa vã imaginação. Não há a possibilidade de cinema sem a qualidade do maravilhamento! Walter Salles Jr.
Este é um curso de Mito:
Os mitos me falam como reagir diante de certas crises de decepção e fracasso, diante do sucesso e do maravilhamento. Os mitos dizem onde estou. Joseph Campbell.
Este é um curso de Mito e Cinema:
O conflito é interior, da ordem do indizível; alguém sai de um ponto, atravessa uma geografia, encontra algo ou alguém que vai transformar o personagem - e o personagem da largada não é mais o mesmo depois da jornada. Walter Salles Jr.
A jornada - sempre uma partida, um preenchimento, um retorno - e a história da transformação da consciência. Joseph Campbell
Serão exibidos ou comentados trechos de filmes cujas imagens e narrativas e pequenos detalhes evoquem nosso tema central:
Mostrar fragmentos do todo; priorizar o detalhe, o sutil, a diferença. Assistindo ao todo se vê o fio da história, mas perde-se o detalhe. Walter Salles Jr.
Este é um curso de Mito e Cinema e o tema do Encontro - e depois, nunca mais se é o mesmo:
Se tivesse morrido antes de te conhecer, morreria muito mais velho do que serei quando chegar minha hora.
Quando já não se espera nada, encontrei o que faltava para passar a ter tudo. José Saramago
Como ser capaz de lidar e conter cada encontro?
Quando se sonha com um prazer extraordinário e a vida proporciona a oportunidade de poder encontrá-lo, deve-se estar disponível e também preparado para pagar um preço extraordinário a fim de obtê-lo e torná-lo real. Pedro Almodóvar
Mito e Cinema Depois Daquele Encontro faz uma homenagem ao cineasta Walter Salles Jr. Seus filmes estarão presentes em cada etapa deste curso, agora em sua nona edição no Espaço Unibanco de Cinema.
TEMAS E FILMES
16 de outubro
E nunca mais fui o mesmo depois daquele filme:
O Amante, La Nave Va , Cinema Paradiso, War and Dance
23 de outubro
Morada da Infância:
Ladrões de Bicicleta, A Testemunha, Central do Brasil, Stella, Preciosa
30 de outubro, 5 de novembro
Quebrando as regras do jogo: Um tanto de ousadia e rebeldia:
Vidas Amargas, Ensina-me a Viver, Abril Despedaçado, Vicky Cristina Barcelona, Lóki, Festa de Família
20 de novembro, 27 de novembro
Ser capaz de conter cada encontro:
Encontros e Desencontros, As Pontes de Madison, O Filho da Noiva, De Olhos Bem Fechados, Ervas Daninhas, A Partida, Beleza Americana, Midnight Cowboy
4 de dezembro
O encontro se dá nas brechas e frestas:
Último Tango em Paris, O Fabuloso Destino de Amelie Poulain, Emma Bliss, London River
11 e 12 e dezembro
Cartas, Acordos e Abraços:
Mary e Max, História Real, Volver, Abraços Partidos, Paris Texas, José e Pilar
Carga horária: 36 horas
Informações e Inscrições: 11 3266.5115 / cursos@espacounibancosp.com.br
domingo, 19 de setembro de 2010
VMB 2010
Eu tenho outras coisas para escrever, mas são tão mais sérias que resolvi deixar para a semana que vem.
Algumas leituras me inspiraram a escrever sobre relações de comunicação e internet. A palestra da Maria Rita Kehl me inspirou a escrever sobre mãe e crianças, enfim, temas mais densos, intensos.
Mas, essa semana aconteceu o VMB 2010 e fiquei pensando por que as pessoas se chocam todo ano com o resultado?
Há 2 anos os prêmios foram todos para o NX Zero, no ano passado para o Fresno e esse ano para o Restart, a coisa mais normal do mundo.
Mas, quem reclama?
Comecei a observar os comentários no twitter, facebook, conversas de amigos dos amigos, e tava lá formado o grupo dos inconformados, inclusive parte da platéia que vaiou.
Aí é que está, quando eu era adolescente eu era 'Lado B'. Não gostava das mesmas coisas, das mesmas músicas, era o momento cultural em que os adolescentes buscavam alternativa na música, moda, cinema, para se diferenciar da massa.
Isso se tornou minha imagem no mundo, parte da minha personalidade, segui meus estudos e minha profissão buscando essa diferenciação e consegui.
Mas, a massa continua daquele mesmo jeito, Lado A, com aquilo que é repetitivo, massante, feio, desagradável e simplório.
Fico sempre pensando se hoje ainda temos Lado B entre os adolescentes ou se essa característica pertence aos jovens nascidos nos anos 70 e 80, que ouviram discos de vinil, objeto que oferece esse significante Lado A ou Lado B como significado de um qualificativo, e que hoje ainda imaginam que, como adultos formadores de opinião, podem alterar alguma coisa culturalmente.
É justamente essas pessoas Lado B que se indignaram. Elas viram no nascimento da MTV uma porta de acesso a uma cultura mais alternativa, isso foi uma realidade por 5 anos, talvez um pouco mais, mas a engrenagem da massificação toma tudo que é alternativo, incorpora, reorganiza e devolve para o mundo como o padrão e aqueles saudosos e nostálgicos de sua juventude ficam a "ver navios" (nossa, expressão interessante essa, vou pesquisar e falo na semana que vem).
É isso, ganhou Restart, ano que vem ganha outro na mesma linha, que ainda não sabemos quem é, pois vai aparecer provavelmente no ano que vem mesmo.
O melhor de tudo isso é que, algumas pessoas Lado B na sua juventude estão produzindo cultura e entretenimento no Brasil e garantem que, mesmo que os nomes alternativos não ganhem prêmios, que esses nomes circulem na mídia, que estejam indicados, que façam parte dessa engrenagem sócio-cultural de incluídos e excluídos, lado a e lado b, porque o alternativo é parte do padrão.
Algumas leituras me inspiraram a escrever sobre relações de comunicação e internet. A palestra da Maria Rita Kehl me inspirou a escrever sobre mãe e crianças, enfim, temas mais densos, intensos.
Mas, essa semana aconteceu o VMB 2010 e fiquei pensando por que as pessoas se chocam todo ano com o resultado?
Há 2 anos os prêmios foram todos para o NX Zero, no ano passado para o Fresno e esse ano para o Restart, a coisa mais normal do mundo.
Mas, quem reclama?
Comecei a observar os comentários no twitter, facebook, conversas de amigos dos amigos, e tava lá formado o grupo dos inconformados, inclusive parte da platéia que vaiou.
Aí é que está, quando eu era adolescente eu era 'Lado B'. Não gostava das mesmas coisas, das mesmas músicas, era o momento cultural em que os adolescentes buscavam alternativa na música, moda, cinema, para se diferenciar da massa.
Isso se tornou minha imagem no mundo, parte da minha personalidade, segui meus estudos e minha profissão buscando essa diferenciação e consegui.
Mas, a massa continua daquele mesmo jeito, Lado A, com aquilo que é repetitivo, massante, feio, desagradável e simplório.
Fico sempre pensando se hoje ainda temos Lado B entre os adolescentes ou se essa característica pertence aos jovens nascidos nos anos 70 e 80, que ouviram discos de vinil, objeto que oferece esse significante Lado A ou Lado B como significado de um qualificativo, e que hoje ainda imaginam que, como adultos formadores de opinião, podem alterar alguma coisa culturalmente.
É justamente essas pessoas Lado B que se indignaram. Elas viram no nascimento da MTV uma porta de acesso a uma cultura mais alternativa, isso foi uma realidade por 5 anos, talvez um pouco mais, mas a engrenagem da massificação toma tudo que é alternativo, incorpora, reorganiza e devolve para o mundo como o padrão e aqueles saudosos e nostálgicos de sua juventude ficam a "ver navios" (nossa, expressão interessante essa, vou pesquisar e falo na semana que vem).
É isso, ganhou Restart, ano que vem ganha outro na mesma linha, que ainda não sabemos quem é, pois vai aparecer provavelmente no ano que vem mesmo.
O melhor de tudo isso é que, algumas pessoas Lado B na sua juventude estão produzindo cultura e entretenimento no Brasil e garantem que, mesmo que os nomes alternativos não ganhem prêmios, que esses nomes circulem na mídia, que estejam indicados, que façam parte dessa engrenagem sócio-cultural de incluídos e excluídos, lado a e lado b, porque o alternativo é parte do padrão.
sábado, 4 de setembro de 2010
Uma Esperança
Clarice Lispector
Uma esperança
Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica, que tantas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto.
Houve um grito abafado de um de meus filhos:
- Uma esperança! e na parede, bem em cima de sua cadeira! Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso. Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não poderia ser.
- Ela quase não tem corpo, queixei-me.
- Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa
para nós, descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças.
Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por entre os
quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros,
três vezes teve que retroceder caminho. Custava a aprender.
- Ela é burrinha, comentou o menino.
- Sei disso, respondi um pouco trágica.
- Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como ela hesita.
- Sei, é assim mesmo.
- Parece que esperança não tem olhos, mamãe, é guiada pelas antenas.
- Sei, continuei mais infeliz ainda.
Ali ficamos, não sei quanto tempo olhando. Vigiando-a como se vigiava
na Grécia ou em Roma o começo de fogo do lar para que não se apagasse.
- Ela se esqueceu de que pode voar, mamãe, e pensa que só pode andar
devagar assim.
Andava mesmo devagar - estaria por acaso ferida? Ah não, senão de um
modo ou de outro escorreria sangue, tem sido sempre assim comigo.
Foi então que farejando o mundo que é comível, saiu de trás de um quadro uma aranha. Não uma aranha, mas me parecia "a" aranha. Andando pela sua teia invisível, parecia transladar-se maciamente no ar. Ela queria a esperança. Mas nós também queríamos e, oh! Deus, queríamos menos que comê-la. Meu filho foi buscar a vassoura. Eu disse fracamente, confusa, sem saber se chegara infelizmente a hora certa de perder a esperança:
- É que não se mata aranha, me disseram que traz sorte...
- Mas ela vai esmigalhar a esperança! respondeu o menino com
ferocidade.
- Preciso falar com a empregada para limpar atrás dos quadros - falei sentindo a frase deslocada e ouvindo o certo cansaço que havia na minha voz. Depois devaneei um pouco de como eu seria sucinta e misteriosa com a empregada: eu lhe diria apenas: você faz o favor de facilitar o caminho da esperança.
O menino, morta a aranha, fez um trocadilho, com o inseto e a nossa esperança. Meu outro filho, que estava vendo televisão, ouviu e riu de prazer. Não havia dúvida: a esperança pousara em casa, alma e corpo.
Mas como é bonito o inseto: mais pousa que vive, é um esqueletinho verde, e tem uma forma tão delicada que isso explica por que eu, que gosto de pegar nas coisas, nunca tentei pegá-la.
Uma vez, aliás, agora é que me lembro, uma esperança bem menor que esta, pousara no meu braço. Não senti nada, de tão leve que era, foi só visualmente que tomei consciência de sua presença. Encabulei com a delicadeza. Eu não mexia o braço e pensei: "e essa agora? que devo fazer?" Em verdade nada fiz. Fiquei extremamente quieta como se uma flor tivesse nascido em mim. Depois não me lembro mais o que aconteceu. E, acho que não aconteceu nada.
in "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998
Uma esperança
Aqui em casa pousou uma esperança. Não a clássica, que tantas vezes verifica-se ser ilusória, embora mesmo assim nos sustente sempre. Mas a outra, bem concreta e verde: o inseto.
Houve um grito abafado de um de meus filhos:
- Uma esperança! e na parede, bem em cima de sua cadeira! Emoção dele também que unia em uma só as duas esperanças, já tem idade para isso. Antes surpresa minha: esperança é coisa secreta e costuma pousar diretamente em mim, sem ninguém saber, e não acima de minha cabeça numa parede. Pequeno rebuliço: mas era indubitável, lá estava ela, e mais magra e verde não poderia ser.
- Ela quase não tem corpo, queixei-me.
- Ela só tem alma, explicou meu filho e, como filhos são uma surpresa
para nós, descobri com surpresa que ele falava das duas esperanças.
Ela caminhava devagar sobre os fiapos das longas pernas, por entre os
quadros da parede. Três vezes tentou renitente uma saída entre dois quadros,
três vezes teve que retroceder caminho. Custava a aprender.
- Ela é burrinha, comentou o menino.
- Sei disso, respondi um pouco trágica.
- Está agora procurando outro caminho, olhe, coitada, como ela hesita.
- Sei, é assim mesmo.
- Parece que esperança não tem olhos, mamãe, é guiada pelas antenas.
- Sei, continuei mais infeliz ainda.
Ali ficamos, não sei quanto tempo olhando. Vigiando-a como se vigiava
na Grécia ou em Roma o começo de fogo do lar para que não se apagasse.
- Ela se esqueceu de que pode voar, mamãe, e pensa que só pode andar
devagar assim.
Andava mesmo devagar - estaria por acaso ferida? Ah não, senão de um
modo ou de outro escorreria sangue, tem sido sempre assim comigo.
Foi então que farejando o mundo que é comível, saiu de trás de um quadro uma aranha. Não uma aranha, mas me parecia "a" aranha. Andando pela sua teia invisível, parecia transladar-se maciamente no ar. Ela queria a esperança. Mas nós também queríamos e, oh! Deus, queríamos menos que comê-la. Meu filho foi buscar a vassoura. Eu disse fracamente, confusa, sem saber se chegara infelizmente a hora certa de perder a esperança:
- É que não se mata aranha, me disseram que traz sorte...
- Mas ela vai esmigalhar a esperança! respondeu o menino com
ferocidade.
- Preciso falar com a empregada para limpar atrás dos quadros - falei sentindo a frase deslocada e ouvindo o certo cansaço que havia na minha voz. Depois devaneei um pouco de como eu seria sucinta e misteriosa com a empregada: eu lhe diria apenas: você faz o favor de facilitar o caminho da esperança.
O menino, morta a aranha, fez um trocadilho, com o inseto e a nossa esperança. Meu outro filho, que estava vendo televisão, ouviu e riu de prazer. Não havia dúvida: a esperança pousara em casa, alma e corpo.
Mas como é bonito o inseto: mais pousa que vive, é um esqueletinho verde, e tem uma forma tão delicada que isso explica por que eu, que gosto de pegar nas coisas, nunca tentei pegá-la.
Uma vez, aliás, agora é que me lembro, uma esperança bem menor que esta, pousara no meu braço. Não senti nada, de tão leve que era, foi só visualmente que tomei consciência de sua presença. Encabulei com a delicadeza. Eu não mexia o braço e pensei: "e essa agora? que devo fazer?" Em verdade nada fiz. Fiquei extremamente quieta como se uma flor tivesse nascido em mim. Depois não me lembro mais o que aconteceu. E, acho que não aconteceu nada.
in "Felicidade Clandestina" - Ed. Rocco - Rio de Janeiro, 1998
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
C'est si bon
C'est si bon,
De partir n'importe où,
Bras dessus bras dessous,
En chantant des chansons,
C'est si bon,
De se dire des mots doux,
De petit rien du tout,
Mais qui en disent long.
En voyant notre mine ravie
Les passants dans la rue, nous envient
C'est si bon,
De guetter dans ses yeux
Un espoir merveilleux
Qui donne le frisson
C'est si bon
Cette petite sensation
ça vaut mieux qu'un million
C'est tellement tellement bon
Hum, c'est bon
Voilà c'est bon
Les passants dans la rue
Bras dessus bras dessous
En chantant des chansons
Quel espoir merveilleux
Hum, c'est bon
Je cherche un millionnaire
Avec des grands "Cadillac car"
"Mink coats"
Des bijoux
Jusqu'au cou, tu sais
Hum, c'est bon
Cette petite sensation
Ou peut-être quelqu'un avec un petit yacht, non ?
Ah C'est bon
C'est bon, C'est bon
Vous savez bien que j'attends quelqu'un
qui pourrait m'apporter beaucoup de lutte(?) (is it an english
word, I don't know, if she said "lutte" (french : fight,
struggle).
Ce soir, demain, la semaine prochain(e)
N'importe quand
Hum, c'est bon
C'est bon
Il sera très crazy, non ?
Voilà, c'est tellement bon !
http://www.youtube.com/watch?v=Ib87HRYSZ8g
De partir n'importe où,
Bras dessus bras dessous,
En chantant des chansons,
C'est si bon,
De se dire des mots doux,
De petit rien du tout,
Mais qui en disent long.
En voyant notre mine ravie
Les passants dans la rue, nous envient
C'est si bon,
De guetter dans ses yeux
Un espoir merveilleux
Qui donne le frisson
C'est si bon
Cette petite sensation
ça vaut mieux qu'un million
C'est tellement tellement bon
Hum, c'est bon
Voilà c'est bon
Les passants dans la rue
Bras dessus bras dessous
En chantant des chansons
Quel espoir merveilleux
Hum, c'est bon
Je cherche un millionnaire
Avec des grands "Cadillac car"
"Mink coats"
Des bijoux
Jusqu'au cou, tu sais
Hum, c'est bon
Cette petite sensation
Ou peut-être quelqu'un avec un petit yacht, non ?
Ah C'est bon
C'est bon, C'est bon
Vous savez bien que j'attends quelqu'un
qui pourrait m'apporter beaucoup de lutte(?) (is it an english
word, I don't know, if she said "lutte" (french : fight,
struggle).
Ce soir, demain, la semaine prochain(e)
N'importe quand
Hum, c'est bon
C'est bon
Il sera très crazy, non ?
Voilà, c'est tellement bon !
http://www.youtube.com/watch?v=Ib87HRYSZ8g
terça-feira, 31 de agosto de 2010
Termina esse mês o ciclo de cinema e psicanálise que acontece na Cinemateca em São Paulo.
Quem quiser conferir, vale a pena!
http://www.cinemateca.gov.br/programacao.php?id=36
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Eu juro!
Juro que tenho algo para escrever aqui.... mas não tô com vontade hoje.
Na semana passada, respeitando o bom senso, não tinha nada para comentar aqui e deixei passar.
No entanto, essa semana estava lendo e fichando um livro riquíssimo. Muitas reflexões acontecem a partir desse tipo de leitura. Anotei o que ia escrever, mas o dia passou e não o fiz.. quem sabe amanhã, domingo, segunda.... ou sexta que vem... hahahahaha...
Tô feliz e pensar, ou escrever sério, não combina com esse estado.
Bom final de semana, porque esse sol pede para ficarmos do lado de fora.
Na semana passada, respeitando o bom senso, não tinha nada para comentar aqui e deixei passar.
No entanto, essa semana estava lendo e fichando um livro riquíssimo. Muitas reflexões acontecem a partir desse tipo de leitura. Anotei o que ia escrever, mas o dia passou e não o fiz.. quem sabe amanhã, domingo, segunda.... ou sexta que vem... hahahahaha...
Tô feliz e pensar, ou escrever sério, não combina com esse estado.
Bom final de semana, porque esse sol pede para ficarmos do lado de fora.
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
O mundo dos homens
Esta semana ganhei de uma amiga o exemplar do mês da revista feminina Marie Claire.
Fazia tempo que não via esse tipo de revista inteira, só uma ou outra reportagem pela internet. E parece que alguma coisa mudou.
Na capa a estrela da novela com entrevista garantida nas páginas da revista, mostrando quanto desapego aos cuidados com beleza e estética ela tem, dando a ela a qualidade divina de ser bela só por ter nascido 'Ela'. Isso não mudou!
Mas o mais curioso é como as coisas andam caminhando culturalmente no universo das mulheres no que se direciona aos homens.
Toda mulher sabe que os homens não prestam, ou que homem nennhum é perfeito, ou ainda que o marido da amiga tem qualidades que o seu não tem.
O interessante agora é que, numa revista feminina temos três reportagens que "nos coloca" no universo deles, tão obscuro para nós mulheres.
"Eles garantem que também sofrem com as indefinições do futuro", "eles querem compromisso, mas quando mostram amor, as mulheres fogem e eles se acabam, largam tudo, se fecham para o mundo". Na verdade, são reportagens inúmeras vezes feitas com mulheres e que agora estão "na boca dos homens".
O interessante aqui é perceber que construção imaginária está se dando, pois aquele discurso é feminino, editado por mulher, projetado para mulher, só vestido de homem através de fotos de rapazes bem vestidos, iluminados e desejáveis.
Na matéria/depoimento sobre o homem que se apaixona e mergulha fundo, as palavras não encaixam num universo masculino, especialmente porque, qualquer mulher que convive com homens sabe, quando algo que ele pretendia fazer não dá certo, ele deixa aquilo de lado e parte para outra, um ligeiro esquecimento, uma objetividade, enfim, cada um na sua subjetividade. Mas, o homem ligar 10 vezes por estar com saudades e ficar pensando porque ela não atende, é pura ilusão feminina. E no texto chega a ser cômico, uma sátira do comportamento feminino.
Aqui não se trata de avaliar os homens por suas sensibilidades, a única e importante coisa que se coloca é uma criação imaginária de um ser que só existe como projeção de vontades. Mais mercadorias a serem produzidas e consumidas. Podemos até pensar que os homens andam mais contaminados pelos apelos culturais e sociais, afinal vivem integrados no contexto coletivo atual. Mas, certamente eles conservam algo da diferença que provavelmente não se transforma como a mídia insiste em afirmar.
Agora, além da mulher não ter o príncipe encantado ela também não conseguirá encontrar aquele homem que entende seu sofrimento, sua insatisfação e principalmente que sente o mesmo que ela, finalmente entendendo o que deseja uma mulher e pelo que sofre uma mulher.
Quanto mais desencontros de expectativas são gerados, menos encontros reais são possíveis.
Quem tiver curiosidade pode procurar as matérias no site da revista:
http://revistamarieclaire.globo.com/
Fazia tempo que não via esse tipo de revista inteira, só uma ou outra reportagem pela internet. E parece que alguma coisa mudou.
Na capa a estrela da novela com entrevista garantida nas páginas da revista, mostrando quanto desapego aos cuidados com beleza e estética ela tem, dando a ela a qualidade divina de ser bela só por ter nascido 'Ela'. Isso não mudou!
Mas o mais curioso é como as coisas andam caminhando culturalmente no universo das mulheres no que se direciona aos homens.
Toda mulher sabe que os homens não prestam, ou que homem nennhum é perfeito, ou ainda que o marido da amiga tem qualidades que o seu não tem.
O interessante agora é que, numa revista feminina temos três reportagens que "nos coloca" no universo deles, tão obscuro para nós mulheres.
"Eles garantem que também sofrem com as indefinições do futuro", "eles querem compromisso, mas quando mostram amor, as mulheres fogem e eles se acabam, largam tudo, se fecham para o mundo". Na verdade, são reportagens inúmeras vezes feitas com mulheres e que agora estão "na boca dos homens".
O interessante aqui é perceber que construção imaginária está se dando, pois aquele discurso é feminino, editado por mulher, projetado para mulher, só vestido de homem através de fotos de rapazes bem vestidos, iluminados e desejáveis.
Na matéria/depoimento sobre o homem que se apaixona e mergulha fundo, as palavras não encaixam num universo masculino, especialmente porque, qualquer mulher que convive com homens sabe, quando algo que ele pretendia fazer não dá certo, ele deixa aquilo de lado e parte para outra, um ligeiro esquecimento, uma objetividade, enfim, cada um na sua subjetividade. Mas, o homem ligar 10 vezes por estar com saudades e ficar pensando porque ela não atende, é pura ilusão feminina. E no texto chega a ser cômico, uma sátira do comportamento feminino.
Aqui não se trata de avaliar os homens por suas sensibilidades, a única e importante coisa que se coloca é uma criação imaginária de um ser que só existe como projeção de vontades. Mais mercadorias a serem produzidas e consumidas. Podemos até pensar que os homens andam mais contaminados pelos apelos culturais e sociais, afinal vivem integrados no contexto coletivo atual. Mas, certamente eles conservam algo da diferença que provavelmente não se transforma como a mídia insiste em afirmar.
Agora, além da mulher não ter o príncipe encantado ela também não conseguirá encontrar aquele homem que entende seu sofrimento, sua insatisfação e principalmente que sente o mesmo que ela, finalmente entendendo o que deseja uma mulher e pelo que sofre uma mulher.
Quanto mais desencontros de expectativas são gerados, menos encontros reais são possíveis.
Quem tiver curiosidade pode procurar as matérias no site da revista:
http://revistamarieclaire.globo.com/
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Mutações News
É incrível como a vida tem sintonia.
Essa semana o "equilíbrio" está em alta. Não que eu esteja equilibrada, mas certamente essa palavra me colocou na corda-bamba, me suspendeu, me balançou.
Podem dizer que isso se dá pelo ingresso de Saturno em Libra, meu signo solar.
Mas o curioso é que ontem, numa maravilhosa conferência do José Miguel Wisnik, para a abertura do ciclo Mutações, uma frase coroou a palestra sobre "o espelho", tanto nos contos de Machado de Assis e Guimarães Rosa, como na teoria lacaniana - "ninguém é equilibrado, é equilibrista". Com a simpatia e carisma dele, a platéia adorou! Maravilhoso!!!
Bom, post curto, muito trabalho, pouco tempo... E, ainda estou emotiva, bambeando, pois minha irmã, caçula - estranho dizer isso dela, pois ela é maior do que eu - então, minha irmã café-com-leite Danielle está de mudança para Porto Alegre. Vai com marido e filhos. É um misto de tristeza e alegria, de saudades antecipadas, de projeções no futuro, enfim, melhor calar e chorar do que inventar palavras que se ocupem desse momento.
Essa semana o "equilíbrio" está em alta. Não que eu esteja equilibrada, mas certamente essa palavra me colocou na corda-bamba, me suspendeu, me balançou.
Podem dizer que isso se dá pelo ingresso de Saturno em Libra, meu signo solar.
Mas o curioso é que ontem, numa maravilhosa conferência do José Miguel Wisnik, para a abertura do ciclo Mutações, uma frase coroou a palestra sobre "o espelho", tanto nos contos de Machado de Assis e Guimarães Rosa, como na teoria lacaniana - "ninguém é equilibrado, é equilibrista". Com a simpatia e carisma dele, a platéia adorou! Maravilhoso!!!
Bom, post curto, muito trabalho, pouco tempo... E, ainda estou emotiva, bambeando, pois minha irmã, caçula - estranho dizer isso dela, pois ela é maior do que eu - então, minha irmã café-com-leite Danielle está de mudança para Porto Alegre. Vai com marido e filhos. É um misto de tristeza e alegria, de saudades antecipadas, de projeções no futuro, enfim, melhor calar e chorar do que inventar palavras que se ocupem desse momento.
quarta-feira, 28 de julho de 2010
Ainda na fase "o mundo"
Pensou que era isso? :-)
Ou isso? ;-P
hehhehe... sim, não, talvez... mas...
Enquanto eu lia isso:
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI154997-17770,00-A%20INTERNET%20PODE%20CONTRIBUIR%20PARA%20UMA%20EPIDEMIA%20FUTURA%20DE%20SENILIDADE%20DIZ%20NEURO.html
Recebi um e-mail com isso (que circula pela internet desde fevereiro):
http://www.advivo.com.br/blog/jarlindo/a-obesidade-mental-andrew-oitke
Pensei: isso vai para o blog, seguindo a fase reflexões sobre o mundo...
No entanto, minha intuição dizia para deixar isso de lado, e substituí-lo por alguma outra coisa mais inspiradora.
E aí está... ontem à noite resolvi reler esse deleite:
http://www.olivreiro.com.br/livro/932950-papel-manteiga-para-embrulhar-segredos
Bom apetite!
Ou isso? ;-P
hehhehe... sim, não, talvez... mas...
Enquanto eu lia isso:
http://revistagalileu.globo.com/Revista/Common/0,,EMI154997-17770,00-A%20INTERNET%20PODE%20CONTRIBUIR%20PARA%20UMA%20EPIDEMIA%20FUTURA%20DE%20SENILIDADE%20DIZ%20NEURO.html
Recebi um e-mail com isso (que circula pela internet desde fevereiro):
http://www.advivo.com.br/blog/jarlindo/a-obesidade-mental-andrew-oitke
Pensei: isso vai para o blog, seguindo a fase reflexões sobre o mundo...
No entanto, minha intuição dizia para deixar isso de lado, e substituí-lo por alguma outra coisa mais inspiradora.
E aí está... ontem à noite resolvi reler esse deleite:
http://www.olivreiro.com.br/livro/932950-papel-manteiga-para-embrulhar-segredos
Bom apetite!
sexta-feira, 23 de julho de 2010
O mundo tá chato!
Sou só eu ou todo mundo tá achando que o mundo tá chato?
A sensação que eu tenho é que vivemos um sem fim de repetições massantes de discursos prontos e vazios.
Nessa semana frases me impactaram e elas estão tão distantes do aqui e agora, dos assuntos do momento, que produzem um novo olhar para esse mundo que nos rodeia e parece sem motivo para viver.
A gente precisava um dia sem energia elétrica, sem tv, rádio, computador... aí sim, um dia iluminado nos levando a buscar algo novo para olhar, para pensar... sem informação, mas em formação (sair da forma para produzir nova forma.)
Eu e um amigo trocávamos impressões sobre a Literatura, como ela sempre é renavada a cada leitor, a cada momento que aquele conto, romance ou poesia é lido. A perspectiva é sempre do leitor sobre aquela visão do autor.
Nossa, isso dá uma discussão sobre direitos autorais e nem quero entrar nisso.
O que eu quero falar é como tocamos o outro com alguma novidade, algo fora do esperado. Uma frase deslocada, enigmática ou curiosa faz pensar, pesquisar e encontrar novas frases, novas interpretações e associações consigo mesmo, sua vida e o mundo. Um novo modo de ver, nos leva a ver mais, ver diferente.
Um dia desses faço um post com frases e entre elas estarão as duas ou três que me despertaram a vontade de escrever isso hoje.
O mundo tá chato, mas meu mundo não, muito pelo contrário.
A sensação que eu tenho é que vivemos um sem fim de repetições massantes de discursos prontos e vazios.
Nessa semana frases me impactaram e elas estão tão distantes do aqui e agora, dos assuntos do momento, que produzem um novo olhar para esse mundo que nos rodeia e parece sem motivo para viver.
A gente precisava um dia sem energia elétrica, sem tv, rádio, computador... aí sim, um dia iluminado nos levando a buscar algo novo para olhar, para pensar... sem informação, mas em formação (sair da forma para produzir nova forma.)
Eu e um amigo trocávamos impressões sobre a Literatura, como ela sempre é renavada a cada leitor, a cada momento que aquele conto, romance ou poesia é lido. A perspectiva é sempre do leitor sobre aquela visão do autor.
Nossa, isso dá uma discussão sobre direitos autorais e nem quero entrar nisso.
O que eu quero falar é como tocamos o outro com alguma novidade, algo fora do esperado. Uma frase deslocada, enigmática ou curiosa faz pensar, pesquisar e encontrar novas frases, novas interpretações e associações consigo mesmo, sua vida e o mundo. Um novo modo de ver, nos leva a ver mais, ver diferente.
Um dia desses faço um post com frases e entre elas estarão as duas ou três que me despertaram a vontade de escrever isso hoje.
O mundo tá chato, mas meu mundo não, muito pelo contrário.
quarta-feira, 21 de julho de 2010
Ciclo Mutações - A Invenção das Crenças
Post Divulgação!!!!
Começa agora em agosto o Ciclo de Palestras Mutações, e o tema deste ano é 'A invenção das Crenças'.
O ciclo acontece em quatro cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Aqui em São Paulo, o evento será no Sesc Vila Mariana. Para quem não pode ir, as conferências do Rio de Janeiro são transmitidas pela internet.
Mais informações sobre os palestrantes e seus temas:
http://blogs.cultura.gov.br/culturaepensamento/2010/07/20/mutacoes-a-invencao-das-crencas-conferencias/
Para fazer sua inscrição:
http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=175549
Começa agora em agosto o Ciclo de Palestras Mutações, e o tema deste ano é 'A invenção das Crenças'.
O ciclo acontece em quatro cidades brasileiras: São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. Aqui em São Paulo, o evento será no Sesc Vila Mariana. Para quem não pode ir, as conferências do Rio de Janeiro são transmitidas pela internet.
Mais informações sobre os palestrantes e seus temas:
http://blogs.cultura.gov.br/culturaepensamento/2010/07/20/mutacoes-a-invencao-das-crencas-conferencias/
Para fazer sua inscrição:
http://www.sescsp.org.br/sesc/programa_new/mostra_detalhe.cfm?programacao_id=175549
sexta-feira, 16 de julho de 2010
Volta às aulas
Ok, ok...esse post está adiantado.
Mas não dava para esperar e comentar dois belos filmes franceses que trazem o tema para as telas.
Na semana passada assisti "O pequeno Nicolau", filme bem simpático. Uma comédia infantil, mas que agrada muito os adultos, especialmente pelo clima retrô que assume.
Pois é, uma saudade, uma nostalgia da época em que as crianças se sentiam de alguma forma amedrontada pelos adultos, seja pela forma avantajada destes, pelas escolhas incompreendidas, seja pelo mundo absurdo que habitavam.
No entanto, ver "O pequeno Nicolau" é um refresco, uma sessão da tarde, especialmente depois de ter visto "Entre os muros da escola".
Filmaço que traz uma atualização do mundo e da vida escolar. As crianças não são menores do que os professores, pelo contrário. Não pensam diferente, num mundo completamente a parte, vivem e pensam o mesmo mundo, sofrem igual, mas ainda sofrem por posições diferentes.
É impressionante a crise diante das posições de autoridade derrubadas, a imposição da igualdade e do politicamente correto, ingessando toda e qualquer fala ou atitude daquele que foi colocado na posição de autoridade.
Nossa, escrevendo isso pensei: parte da destituição da autoridade vem do discurso do politicamente correto. Pensando bem, antes, aquele que podia aplicar limites, também tinha em seu poder a liberdade de dizer o que pensava, num mundo onde as diferenças existiam e eram, de certa forma, veladas. Mostrar as diferenças, falar delas, não fez com que elas acabem.
Talvez todos os anos de ditadura em diversos países serviu como fim e extremo desse silêncio de uns e voz absoluta de outros. Com a tomada do poder da voz, do discurso, todos falam, menos aqueles que falavam, pois se escorregam nas suas crenças, nos seus preconceitos e expressam um "incorreto", proibidos estarão e devem "pagar" por isso.
Mas afinal, quem continua sofrendo? Quem ganha e quem perde com essas novas determinações de posições, com a falta daquilo "real" com que lutar? Se rebelar com que e com quem? Não há mais porque da rebeldia, no entanto, o fascínio de ouvir a própria voz mantém alguns na constante estrada do discurso inflamado, e vazio: doente!
Mas não dava para esperar e comentar dois belos filmes franceses que trazem o tema para as telas.
Na semana passada assisti "O pequeno Nicolau", filme bem simpático. Uma comédia infantil, mas que agrada muito os adultos, especialmente pelo clima retrô que assume.
Pois é, uma saudade, uma nostalgia da época em que as crianças se sentiam de alguma forma amedrontada pelos adultos, seja pela forma avantajada destes, pelas escolhas incompreendidas, seja pelo mundo absurdo que habitavam.
No entanto, ver "O pequeno Nicolau" é um refresco, uma sessão da tarde, especialmente depois de ter visto "Entre os muros da escola".
Filmaço que traz uma atualização do mundo e da vida escolar. As crianças não são menores do que os professores, pelo contrário. Não pensam diferente, num mundo completamente a parte, vivem e pensam o mesmo mundo, sofrem igual, mas ainda sofrem por posições diferentes.
É impressionante a crise diante das posições de autoridade derrubadas, a imposição da igualdade e do politicamente correto, ingessando toda e qualquer fala ou atitude daquele que foi colocado na posição de autoridade.
Nossa, escrevendo isso pensei: parte da destituição da autoridade vem do discurso do politicamente correto. Pensando bem, antes, aquele que podia aplicar limites, também tinha em seu poder a liberdade de dizer o que pensava, num mundo onde as diferenças existiam e eram, de certa forma, veladas. Mostrar as diferenças, falar delas, não fez com que elas acabem.
Talvez todos os anos de ditadura em diversos países serviu como fim e extremo desse silêncio de uns e voz absoluta de outros. Com a tomada do poder da voz, do discurso, todos falam, menos aqueles que falavam, pois se escorregam nas suas crenças, nos seus preconceitos e expressam um "incorreto", proibidos estarão e devem "pagar" por isso.
Mas afinal, quem continua sofrendo? Quem ganha e quem perde com essas novas determinações de posições, com a falta daquilo "real" com que lutar? Se rebelar com que e com quem? Não há mais porque da rebeldia, no entanto, o fascínio de ouvir a própria voz mantém alguns na constante estrada do discurso inflamado, e vazio: doente!
domingo, 11 de julho de 2010
Ninguém me ouve, ninguém me quer...
Por que será que as pessoas não se sentem ouvidas, quando na realidade elas não se sentem sentem vistas?
Hoje tudo vira depoimento, tudo é registrado em câmera. O que não se registra se perde na mesma rapidez com que se produziu.
Idéias se multiplicam, vidas desinteressantes viram dramas "importantes", durante 48 horas.
A ex-amante do jogador deixa o depoimento dos maltratos na internet. Tenta ser ouvida pelo seu drama, mas a trama é tão imoral que a poucos importa.
A esposa traída de Sorocaba vira matéria de revista depois de expor o caso do marido com a amiga, também na internet, e claro, com "direito" à violência contra a mulher, afinal, quem cede ao desejo é "sempre" a mulher. A ânsia de fazer justiça leva a "vítima" ao lugar de "culpada".
Quem deseja sente culpa, projeta no outro essa culpa julgando-o, mas ganha um bônus: foi visto.
As pessoas falam, mas falam para quem, por quê e acima de tudo, de quê?
De que sofrem esses narcísicos sem olhares? Qual a necessidade do drama encenado para olhares desconhecidos, mas ainda assim, olhares.
Sábado à noite, num ciclo de cinema e psicanálise na Cinemateca (divulgado aqui anteriormente), assisti ao maravilhoso "Sunset Boulevard" (Crepúsculo dos Deuses) e dentre outros pontos interpretativos temos a questão narcísica do olhar e não ver, de precisar ser visto seja lá por quem, desse olhar vazio, mas que sustenta a impressão de ter algum tipo de atenção... logo, existir.
O que é então a internet senão um arquivo gigante e infinito, onde tudo que existe está lá? Se, no mundo real não há espaço para eu existir, para o drama ser encenado, no mundo virtual há espaço de sobra, sem limites, sem análise, sem censura.
(Enquanto escrevo isso penso nesse blog e em tantos outros... sem imagem que confirme as palavras parece não existir o dito.)
Hoje tudo vira depoimento, tudo é registrado em câmera. O que não se registra se perde na mesma rapidez com que se produziu.
Idéias se multiplicam, vidas desinteressantes viram dramas "importantes", durante 48 horas.
A ex-amante do jogador deixa o depoimento dos maltratos na internet. Tenta ser ouvida pelo seu drama, mas a trama é tão imoral que a poucos importa.
A esposa traída de Sorocaba vira matéria de revista depois de expor o caso do marido com a amiga, também na internet, e claro, com "direito" à violência contra a mulher, afinal, quem cede ao desejo é "sempre" a mulher. A ânsia de fazer justiça leva a "vítima" ao lugar de "culpada".
Quem deseja sente culpa, projeta no outro essa culpa julgando-o, mas ganha um bônus: foi visto.
As pessoas falam, mas falam para quem, por quê e acima de tudo, de quê?
De que sofrem esses narcísicos sem olhares? Qual a necessidade do drama encenado para olhares desconhecidos, mas ainda assim, olhares.
Sábado à noite, num ciclo de cinema e psicanálise na Cinemateca (divulgado aqui anteriormente), assisti ao maravilhoso "Sunset Boulevard" (Crepúsculo dos Deuses) e dentre outros pontos interpretativos temos a questão narcísica do olhar e não ver, de precisar ser visto seja lá por quem, desse olhar vazio, mas que sustenta a impressão de ter algum tipo de atenção... logo, existir.
O que é então a internet senão um arquivo gigante e infinito, onde tudo que existe está lá? Se, no mundo real não há espaço para eu existir, para o drama ser encenado, no mundo virtual há espaço de sobra, sem limites, sem análise, sem censura.
(Enquanto escrevo isso penso nesse blog e em tantos outros... sem imagem que confirme as palavras parece não existir o dito.)
terça-feira, 6 de julho de 2010
Albinorap
Esse blog fala de cultura e tá aí mais um lançamento do Macaco Albino, personagem irreverente e ácido que saiu dos quadrinhos para soltar a voz nas batidas do rap.
O autor - Leandro Robles - apresenta o projeto:
Quem quiser ler as tiras do Macaco Albino, entra no site:
http://www.escoladeanimais.com/
O autor - Leandro Robles - apresenta o projeto:
Já está no ar o mais novo projeto deste nosso querido símio e sua patota: é o albinorap! Trata-se de Macaco Albino mandando ver em rimas rápidas e histéricas, levando sua acidez dos quadrinhos a um novo patamar. E traz consigo um time de peso: Rinco, o ornitorrinco, traz uma levada mais cadenciada, com sua voz grave e marcante. O cãozinho Jonas Serafim passeia entre o fofinho e o ousado, com uma forte influência jamaicana. Para completar o time, a gatinha MC Mone, que tempera tudo isso com muita graça e feminilidade, e promete ser o grande destaque deste novo projeto.
Para ouvir os 5 raps, e ver os 5 protoclipes (imagens de divulgação com as letras), acesse: myspace.com/albinorap
Playlist:
1- Dá Unfollow!
2- Não Compre, Adote.
3- Mal Educados.
4- Meu Rabo.
5- O Cão Arrependido.
Ouça, Adicione, comente!
Quem quiser ler as tiras do Macaco Albino, entra no site:
http://www.escoladeanimais.com/
sexta-feira, 2 de julho de 2010
O que eu faço... parte 3
Bom, pra encerrar a trilogia do que eu faço, escolhi três verbos fundamentais na minha vida.
Na semama que vem, volta a regularidade do blog, toda sexta tem post.
Também retomo as reflexões sobre nós no mundo.
AMAR, porque sem paixão não há ação, satisfação, reflexão.
FALAR, mesmo quando calo, falo em pensamento, em intenção, em desejo. Digo mais sim do que não.
DORMIR, porque revigora, tranquiliza e te leva para um outro mundo. Dormir é sonhar, e sonhar surpreende.
Na semama que vem, volta a regularidade do blog, toda sexta tem post.
Também retomo as reflexões sobre nós no mundo.
AMAR, porque sem paixão não há ação, satisfação, reflexão.
FALAR, mesmo quando calo, falo em pensamento, em intenção, em desejo. Digo mais sim do que não.
DORMIR, porque revigora, tranquiliza e te leva para um outro mundo. Dormir é sonhar, e sonhar surpreende.
Fábrica de Sonhos...
A SBPSP (Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo) está organizando ciclos de cinema com debates na Cinemateca de São Paulo.
Veja a programação de julho
http://www.psicorreio.com.br/emailmarketing/2010/maio/cinemateca/psi-cinema.html
quarta-feira, 30 de junho de 2010
O que eu faço.. parte 2
Então, ontem respondi a uma pergunta simples e direta.
Mas percebi que aquilo não era tudo, mas o que fazia como ofício, então resolvi pensar em outra resposta, que também envolve rotina e atividade, mas com outro caráter.
Pilates. Sim, o mundo se rendeu ao pilates até a próxima moda, mas essa série de exercícios posturais, funcionais, respiratórios, encanta. Quem pratica pilates por um tempo sabe que além da atividade física a que se propõe, a constância e a permanência constrõem uma relação emocional com o exercício. Digo, minha vida é antes e depois do pilates. Duas vezes por semana, de manhã cedinho ou finalzinho de tarde. Inspira, expira, inspira, expira...
Francês, porque afinal, eu chamo Simone... Hahahahhaa
Ano passado decidi, vou estudar francês, naquele método formal, escola séria, do primeiro ao último módulo, tudo como manda o figurino. O que eu farei com isso depois, sei lá, mas só a diversão, o empenho e a satisfação de um novo conhecimento já valem. Fora aquela crise de professor bom e mau, de provas e notas, de desafios e principalmente, no caso de idiomas, da bendita pronúncia e fluência numa língua estrangeira. Curioso é o quanto o francês tem palavras próximas do português, mas também inglês, tudo se mistura, no princípio e no fim.
Um trio é sempre melhor, né?!? Então vamos ao último de hoje...
Não, não faço nenhum artesanato. Minhas mãos não são tão hábeis quanto a minha mente... uma pena, mas é uma questão que está sendo processada.
Sim, poderia discorrer por outras atividades físicas, mas seria muito chato...
Ah, lembrei!
Café eu amo, desde pequena, influência da minha mãe, afinal meu pai não tomava café, nadinha. Café de coador ou expresso e capuccino também entra aqui. De manhã, primeira coisa do dia, cheiro bom. Olho a janela e vejo o mundo enquanto a água ferve. Passeio pela casa enquanto o café passa pelo coador. Sento no sofá com a minha xicrinha, pensando, não pensando, inspirando o aroma, viajando....
Mais um dia começou...
Mas percebi que aquilo não era tudo, mas o que fazia como ofício, então resolvi pensar em outra resposta, que também envolve rotina e atividade, mas com outro caráter.
Pilates. Sim, o mundo se rendeu ao pilates até a próxima moda, mas essa série de exercícios posturais, funcionais, respiratórios, encanta. Quem pratica pilates por um tempo sabe que além da atividade física a que se propõe, a constância e a permanência constrõem uma relação emocional com o exercício. Digo, minha vida é antes e depois do pilates. Duas vezes por semana, de manhã cedinho ou finalzinho de tarde. Inspira, expira, inspira, expira...
Francês, porque afinal, eu chamo Simone... Hahahahhaa
Ano passado decidi, vou estudar francês, naquele método formal, escola séria, do primeiro ao último módulo, tudo como manda o figurino. O que eu farei com isso depois, sei lá, mas só a diversão, o empenho e a satisfação de um novo conhecimento já valem. Fora aquela crise de professor bom e mau, de provas e notas, de desafios e principalmente, no caso de idiomas, da bendita pronúncia e fluência numa língua estrangeira. Curioso é o quanto o francês tem palavras próximas do português, mas também inglês, tudo se mistura, no princípio e no fim.
Um trio é sempre melhor, né?!? Então vamos ao último de hoje...
Não, não faço nenhum artesanato. Minhas mãos não são tão hábeis quanto a minha mente... uma pena, mas é uma questão que está sendo processada.
Sim, poderia discorrer por outras atividades físicas, mas seria muito chato...
Ah, lembrei!
Café eu amo, desde pequena, influência da minha mãe, afinal meu pai não tomava café, nadinha. Café de coador ou expresso e capuccino também entra aqui. De manhã, primeira coisa do dia, cheiro bom. Olho a janela e vejo o mundo enquanto a água ferve. Passeio pela casa enquanto o café passa pelo coador. Sento no sofá com a minha xicrinha, pensando, não pensando, inspirando o aroma, viajando....
Mais um dia começou...
O que eu faço.
Ontem, num encontro profissional interessante e inusitado, recebi o seguinte pedido:
"Me descreva resumidamente o que é isso que você faz."
E hoje, respondendo a esse pedido, vi que valia retomar minha regularidade no blog, meses depois desse sono metabolizante, e aí está: O que eu faço!
A Psicanálise tem um caráter clínico. As questões e aflições humanas estão aí, mais presentes do que nunca na sociedade contemporânea, onde Tempo e Dinheiro são símbolos de limitação. Através da análise, o sujeito angustiado e ansioso, sofredor de limites incoerentes, pode compreender melhor a si mesmo, perceber flexibilizações, conviver melhor com o mundo.
A Astrologia que faço é voltada para os aspectos psicológicos e comportamentais, inclusive porque meu olhar psicanalítico já se envereda por esse caminho. Vejo a Astrologia menos como misticismo e mais como uma linguagem simbólica do céu, associado ao homem. Somos humanos e convivemos com a Natureza, diferentemente dos animais, nossa capacidade intelectual nos permite explicar a natureza na qual estamos inseridos e principalmente atribuir associações daquilo que não vemos, mas sentimos, com elementos externos. Por isso criamos linguagens, para dar signos a aquilo que não ter forma. Os antigos viram no céu, no movimento planetário, nos ciclos, enfim, na cadência constante da natureza uma modificação nos humores e comportamentos humanos e de tanto que aquilo se repetia, no mesmo ritmo celeste, estabeleceram uma conexão. Os Sete Princípios Herméticos regem essa relação. Acho que o meu preferido é "O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima".
Os outros podem ser visto nesse site:
http://www.misteriosantigos.com/hermetic.htm
E, a Semiótica-Psicanalítica é um campo de estudo, reflexão, observação do mundo, de certa forma como faziam os antigos, para entender, avaliar, perceber tanto nos atos humanos atuais, quando nas produções artísticas, o que se destaca como um sintoma de nossa época. Muito se repete da história da humanidade, mas com outras roupagens e é nessa repetição que conseguimos perceber que futuro nos espera, ou ainda, como reinventar esse futuro.
"Me descreva resumidamente o que é isso que você faz."
E hoje, respondendo a esse pedido, vi que valia retomar minha regularidade no blog, meses depois desse sono metabolizante, e aí está: O que eu faço!
A Psicanálise tem um caráter clínico. As questões e aflições humanas estão aí, mais presentes do que nunca na sociedade contemporânea, onde Tempo e Dinheiro são símbolos de limitação. Através da análise, o sujeito angustiado e ansioso, sofredor de limites incoerentes, pode compreender melhor a si mesmo, perceber flexibilizações, conviver melhor com o mundo.
A Astrologia que faço é voltada para os aspectos psicológicos e comportamentais, inclusive porque meu olhar psicanalítico já se envereda por esse caminho. Vejo a Astrologia menos como misticismo e mais como uma linguagem simbólica do céu, associado ao homem. Somos humanos e convivemos com a Natureza, diferentemente dos animais, nossa capacidade intelectual nos permite explicar a natureza na qual estamos inseridos e principalmente atribuir associações daquilo que não vemos, mas sentimos, com elementos externos. Por isso criamos linguagens, para dar signos a aquilo que não ter forma. Os antigos viram no céu, no movimento planetário, nos ciclos, enfim, na cadência constante da natureza uma modificação nos humores e comportamentos humanos e de tanto que aquilo se repetia, no mesmo ritmo celeste, estabeleceram uma conexão. Os Sete Princípios Herméticos regem essa relação. Acho que o meu preferido é "O que está em cima é como o que está embaixo, e o que está embaixo é como o que está em cima".
Os outros podem ser visto nesse site:
http://www.misteriosantigos.com/hermetic.htm
E, a Semiótica-Psicanalítica é um campo de estudo, reflexão, observação do mundo, de certa forma como faziam os antigos, para entender, avaliar, perceber tanto nos atos humanos atuais, quando nas produções artísticas, o que se destaca como um sintoma de nossa época. Muito se repete da história da humanidade, mas com outras roupagens e é nessa repetição que conseguimos perceber que futuro nos espera, ou ainda, como reinventar esse futuro.
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